Cartas ao director

Os maiores burlões de sempre

Está absolutamente provado o que foi dito desde o início, ou seja há seis anos e meio, sobre a burla que foi o BPN. A burla foi julgada e considerada pelo juiz como a maior burla de sempre mas os burlões continuam cá fora e, como ouvi um deles referir ontem a uma televisão, "vou recorrer e isto ainda vai durar mais seis ou dez anos".  Tal como as nossas leis estão feitas a vantagem é sempre do criminoso pois consegue adiar indefinidamente a aplicação da justiça buscando sempre a caducidade do processo, aconselhados sempre pelos mais "notáveis" advogados da nossa praça pois, assim, também eles conseguem engordar um pouco mais as suas contas bancárias.

José Oliveira e Costa que segundo o seu advogado é uma pessoa séria, Luís Caprichoso, José Vaz de Mascarenhas e Francisco Sanches continuarão a procurar, de recurso em recurso, que as penas de prisão a que ontem foram condenados nunca sejam aplicadas, fazendo o mesmo que Duarte Lima o qual, apesar de condenado em 28 de Novembro de 2014 (caso BPN) a uma pena de prisão que em cumulo jurídico foi de 10 anos ainda continua em liberdade.

É assim a justiça portuguesa que continua, infelizmente ainda, a favorecer os burlões, os corruptos, enfim, os criminosos, com especial relevância para o crime denominado, ainda que talvez impropriamente, de "colarinho branco". É importante que os criminosos deixem de ter tantas facilidades para continuarem a "gozar" com a justiça portuguesa e com a grande maioria dos portugueses que, felizmente, são pessoas honestas. Estarão os políticos em geral e os deputados em particular, na sua grande maioria advogados, efectivamente interessados em travar e ganhar esta guerra? Era bom que assim fosse! Tenhamos esperança.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

 

O baixo salário e o trabalho precário

Os dois em separado ainda se come, mas os dois juntos são um veneno mortal. Que planos pode fazer um jovem a quem lhe é passada esta receita?. Se o primeiro ministro não tiver "força" para inverter este estado de coisas de nada lhe serve apelar ao regresso daqueles que imigraram empurrados pelo seu antecessor. Precário e mal pago; não obrigado.

Quem imigra são sempre os melhores, e actualmente são jovens em idade de procriar. Se não se olhar a sério para isto a longo prazo isto vai virar um deserto, porque pelo menos na minha terra funerais temos quase diariamente, e nascimentos nem de mês a mês. 

Quintino Silva, Paredes de Coura

 

''Isto dá vontade de morrer''

A frase supracitada, do notável escritor Alexandre Herculano, aplica-se à crítica de Passos Coelho, sobre a integração dos precários na Administração Pública. Estudos independentes referem que estes fazem falta, muitos dos quais trabalham há 10/20 anos, quase sem regalias e no "fio da navalha". Fica mal o diabo de o sr. Coelho criticar a integração porque, além dos argumentos políticos, vai à missa. "Passos tem um crédito para o futuro que é infindável"(!), disse ao PÚBLICO, Marco António Costa, vice-presidente do PSD. Sem comentários!

 Urge não deixar que o embuste faça caminho, em detrimento de muita negação e dos sonhos que nos roubaram. Caso não se deixe nenhum precário de fora, será um processo histórico. Todos estes trabalhadores podem/devem ser vinculados ao quadro da função pública que foi sangrada. Se houve muitíssimo dinheiro para bancos e banqueiros… 

E ainda falta resolver os precários da iniciativa privada.

 

Vítor Colaço Santos, São João das Lampas

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