Cartas à Directora

Com “Panamás” assim nem precisamos de terrorismo

Com “estes” factos que dia a dia nos são exaustivamente transmitidos, de destruição de Estados por poderosos, que tudo fazem para não pagar impostos como nós, os “normais”, não necessitamos por certo de terroristas, de bombistas. Nada disso. Os Estados, entre os quais o nosso, vão-se assim autodestruindo, rapidamente.

Os recrutadores do Daesh, que até por cá andaram faz dias, ao vivo, a cativar jovens para a sua – deles – causa, podem sossegar, nós saberemos dar “conta” disto tudo.
Entre a corrupção caseira, que vai surgindo à luz do dia e sem nunca saber de condenados que não só sejam “exemplarmente” penalizados – para desmotivar outros – e que devolvam o que não é seu, aos “Panamás”/offshores, é um tal “fartar vilanagem” que isto tudo vai-se auto-implodindo alegremente e os terroristas podem ficar de longe, só a ver.

E o estado de espírito de todos nós, os ditos normais – que o estamos a deixar de ser ou a ser assumidos como extra-terrestres –, os que não temos contas em offshores nem nunca tivemos, que pensamos que nos portamos bem, que somos “certinhos “ em pagamentos de todos os impostos e obrigações, vai-se degradando.

Começa por não se acreditar nas instituições, nos reguladores, nos fiscais, nos controladores, e duvida-se do vizinho. E “isto” nota-se nos mais pequenos detalhes, desde a condução automóvel com um pleno de agressividade e desrespeito pelas mais elementares regras de condução e pelo próximo, ao nível de deseducação generalizada, por todo o lado. O medo está cada vez mais presente, não da bomba, mas do amanhã sem bomba. O medo faz com que a agressividade esteja à flor da pele, a insulto fácil, a falta de respeito. Assim, não precisamos de terroristas, bombistas, o Daesh que fique junto à Síria e depois aqui na Líbia, tem tempo, nós damos cabo de nós mesmos sem eles nos rebentarem.

O país precisa, urgentemente, de todos com direitos, mas com deveres, de exemplos “exemplares” a virem de cima, de progresso, de transparência, de liquidez. Tudo o resto é fazer de conta!

A Küttner de Magalhães, Porto

 

Veículo de resolução

O “veículo de resolução” do crédito malparado não vai ter travões! A ideia de António Costa é interessante, mas devia ter sido posto em andamento pela Troika, em 2011! António Costa é um político bem-intencionado. Contudo, o primeiro-ministro tem a língua solta, mas as mãos atadas! Adivinhem quem vai pagar a factura! Portugal está submetido aos compromissos assumidos com a Troika. De resto, as agências de notação financeira estão atentas ao evoluir do cumprimento das regras orçamentais europeias. A sustentabilidade das finanças públicas está no fio da navalha. A redução do défice, reforço da auto-estima e a motivação dos portugueses devem acelerar!

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

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