Cartas à Directora

O protesto em cuecas

O desinibido, despudorado e até corajoso José Manuel Coelho, deputado na Assembleia Legislativa da Madeira, num gesto de protesto exacerbado, quase se mostrou como veio ao mundo, em plena sessão e no uso da palavra, despindo-se da roupa que envergava e dos preconceitos que a ousadia lhe podia criar diante de tamanho agrupamento de olhares masculinos como femininos. Numa tentativa de por tudo a nu, e aquilo que o consome, decepcionou-nos, pois esteve muito longe de nos ter parecido, um verdadeiro Tarzan. A tapar-lhe as "partes" exibiu-nos umas cuecas pardas, vulgares, sem assinatura fashion, e não umas feitas de pele de leopardo, tal como o herói da B.D se apresenta e voa de ramo em ramo. Também os gritos que lançou, naquele lugar aonde ele transforma em selva graciosa, de vez em quando, não teve o condão de fazer reunir os animais ferozes que o reconhecem como líder e lhe obedecem nas horas difíceis em que o Rei da Selva os chama em seu auxílio. Talvez as imagens da cena na Assembleia Legislativa da ilha famosa e formosa, corram mundo e com esse conjunto de "takes" faça com que a Madeira venha mais tarde a beneficiar desta comédia, pois atrairá muitos mais turistas, e no fim do ano da luz e da cor, quem sabe, se não criará uma corrente de seguidores em chapéu de palha, chegados de outras selvas floridas, mas aonde já andam a viver cobertos apenas com uma parra e em tanga, como aqui se vive em Portugal há já muito tempo. Mais desiludidos e intrigados ficamos por não se ter visto bem, a quem pertencia a foto exibida na moldura, com que ele caminhou na rua e dela se serviu para se cobrir junto ao coiso. Se era da Procuradora da Justiça que o persegue, se da Jane sua preferida, ou se da Maria Luís Albuquerque preferida do Arrow Global/Banif, também ela despida de ética e de bom-senso! 

Joaquim Moura, Penafiel

 

Maria Luís Albuquerque

Aprendi em pequeno que as nossas decisões devem ter em consideração não só a legalidade de cada  situação como a questão ética que possam envolver. Maria Luís Albuquerque esconde-se na não ilegalidade(?) da sua contratação pela empresa britânica Arrow Global para justificar a sua atitude. E a ética e o bom senso onde moram? Maria Luís Albuquerque desfez num segundo a imagem de pessoa correcta que tanto tinha tentado construir.  Não é a primeira vez que situações como esta acontecem com ex-governantes ficando em todos os casos a ideia da existência de algum favorecimento passado. É tempo de se legislar para que situações como estas não mais aconteçam, pois está visto que se não for  pela força da lei nunca nenhum ex- governante verá qualquer mal nestes "maravilhosos" empregos.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

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