Cartas à Directora

Eutanásia

Não se entende muito bem porque se há-de qualificar de “digna” a morte que não passa de um desertar da batalha da vida, por contraposição à morte nanutral – essa, sim, verdadeiramente digna – que aguenta o combate até onde as forças o permitem. Isto sem prejuízo, obviamente, da solidariedade e compaixão que a dor alheia sempre nos deve merecer.

Em todos os tempos e lugares houve pessoas que, pelas mais diversas razões, puseram termo à vida. Esse acto pessoal não se faz depender, por via de regra, da colaboração do próximo. E a compaixão que, nos casos de dor intolerável então se invoca não deve servir para ajudar a fechar de vez todas as portas (até porque há desfechos felizes como o provam as recuperações de longos estados de coma), mas sim para suavizar a dor ou incutir esperança. E muito menos a morte assistida pode encobrir o disfarce cómodo de nos livrarmos dos velhos ou doentes incuráveis.

O suicídio livre e consciente, representa para a doutrina cristã, a rebeldia máxima contra o Criador, o único senhor da vida e da morte. É certo que esta visão confessional não pode ser imposta aos não crentes. Mas, como tantas vezes acontece, os excessos ou absurdos de uma visão puramente materialista e ateia só fazem evidenciar a bondade da concepção espiritual.

Se a vida humana é, como proclama a Constituição, inviolável não se vê como se possa defender a constitucionalidade da ajuda ao suicídio.

Para além de tudo isto, sempre fica a questão última e que não é despicienda: - quem quer ser o carrasco? Quem dispara o gatilho ou se prontifica a dar o passo último e definitivo de matar ou colaborar com a morte?

Américo Marcelino, Lisboa

 

De Einstein a Marcelo

Na Alemanha há uma cidade, à beira do Danúbio, de seu nome Ulm. Nunca lá estive mas sei que lá nasceu Einstein. Ulm é Ulmeiro.

Então, qual a ligação entre o Prof. Marcelo R. Sousa e Einstein? É preciso muita "imaginação", não é?  Sim, mas não basta. É preciso também estar informado ("marrar" muito, se dizia, mesmo no Seminário de brandos costumes...)

Acontece que este jornal "rebelde" (não aderiu ao AO90) noticiava há dias que o nosso futuro P.R. puxou dos cordões à bolsa e resolveu comprar uma carrada de livros duma editora com  nome daquela árvore, para a ajudar, pois é sabido que as novas gerações ou emigram ou aprendem pelos "smartphones".

Também já "dei para esse peditório". Comprei, em 7.10.2007, um dicionário deles, onde está escrito: N.º FACTURA.... e destacar no ACTO da venda.

Os clientes são terríveis. Terão deixado de lhes comprar livros?  Porquê? 

Moral da história: M.R.S. pode ser tão bom como Einstein. Só precisa de não ser ambíguo.  Não pode à Segunda assinar diplomas escritos em português do Brasil e à Terça na nossa língua-mãe (tão maltratada).

Antides Santo, Leiria

 

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