Federação italiana aprova cláusula “anti-Superliga”

Novo manual de licenciamento dos clubes para 2024-25 implica compromisso de não participar em provas fora da esfera da UEFA e da FIFA.

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Foram aprovadas novas regras de licenciamento para 2023-24 EPA/FABIO FRUSTACI

O projecto de uma Superliga europeia de futebol voltou à ordem do dia com a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) de dar luz verde à organização de provas que se realizam fora da esfera da UEFA e da FIFA. Desde essa altura, foram vários os agentes e organismos a manifestarem-se contra o projecto, sendo que nesta quinta-feira foi a vez de o futebol italiano assumir uma posição formal sobre o tema.

Em reunião realizada para definir as normas de licenciamento dos clubes para 2024-25, a Federação Italiana de Futebol (FIGC) aprovou por unanimidade o novo documento, que entrará em vigor a 4 de Junho de 2024. Um documento que, entre outras obrigações formais, possui uma cláusula dedicada especialmente à Superliga.

“As sociedades devem apresentar junto da Liga Profissional, através de correio electrónico certificado, o pedido de admissão no campeonato da Série A 2024-25, que contenha a solicitação de concessão da licença nacional e o compromisso de não participarem em competições organizadas por associações privadas não reconhecidas pela FIFA, pela UEFA e pela FIGC”, pode ler-se no articulado, que dispõe também que a inobservância das regras determinará a recusa de concessão da licença.

Uma referência indirecta à Superliga, que terá agora legitimidade para avançar mas que está longe de conseguir reunir o interesse de um grupo significativo de clubes de alto nível. De resto, logo após o anúncio da decisão da Justiça europeia, só o Real Madrid e o Barcelona reiteraram a vontade de se aliarem ao novo torneio, enquanto foram dezenas os clubes que habitualmente frequentam a Liga dos Campeões e a Liga Europa a rejeitarem esse cenário. A começar pela Premier League e a acabar na Bundesliga.

Portugal assumiu também uma posição de distanciamento e rejeição da nova competição, manifestada pelas declarações dos três habituais candidatos ao título, pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que contestam a subversão do espírito aberto da competição que tem sido imagem de marca das provas da UEFA.

Neste contexto, a criação de uma Superliga, com relevância no futebol europeu, não se afigura como uma realidade palpável a curto prazo. Mas a FIGC decidiu, de todo o modo, tomar providências. Ainda que, tal como aconteceu com a decisão no TJUE, esta “proibição” possa vir a ser contestada pelos clubes.

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