Capela mais antiga do oceano Índico vai ser reabilitada com um milhão de euros de apoio português

A capela foi erguida em 1522 pela armada portuguesa a caminho da Índia e é património classificado. Trata-se do único exemplar da arquitectura manuelina em Moçambique.

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A Capela de Nossa Senhora do Baluarte é a construção de alvenaria mais antiga de toda a costa africana do oceano Índico Wikimedia Commons
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O Centro Cultural Português em Maputo e a fundação Mota-Engil atribuíram um milhão de euros para a reabilitação da Capela de Nossa Senhora do Baluarte, na Ilha de Moçambique, a mais antiga edificação em alvenaria na costa do Índico.

"Trata-se de um património único e ímpar, que importa reabilitar, tendo sobretudo presente que a sua estrutura se encontra muito danificada", explicou António Costa Moura, embaixador de Portugal em Moçambique, durante a assinatura de um conjunto de memorandos com o Ministério da Cultura e Turismo moçambicano, incluindo o acordo para a reabilitação da capela.

A capela, cujo projecto de reabilitação foi lançado em Fevereiro deste ano, é património classificado, único exemplar de arquitectura manuelina em Moçambique, um edifício erguido em 1522 pela armada portuguesa a caminho da Índia e que está dentro do perímetro da fortaleza de São Sebastião.

Para a reabilitação daquele património, o Governo português e a Mota-Engil, que também será responsável pelas obras, vão desembolsar, cada, 500 mil euros, num projecto que deverá ser concluído até 2026, ano em que termina o actual programa de cooperação entre Portugal e Moçambique.

"Reiteramos os nossos profundos agradecimentos porque estamos diante de uma acção tão estruturante como é a reabilitação. O Ministério da Cultura e Turismo reconhece a importância da assinatura deste memorando", declarou a ministra da cultura moçambicana, Edelvina Materula.

A Capela de Nossa Senhora do Baluarte é a construção de alvenaria mais antiga de toda a costa africana do oceano Índico, mais antigo edifício europeu hoje de pé, assente num banco de coral, mesmo à beira do mar.

O edifício resistiu a ataques contra a armada portuguesa, venceu ciclones, mas agora tem a base esventrada por cinco séculos de marés e o esqueleto corroído pelo salitre, impregnado pelo vento.

A Ilha de Moçambique foi declarada Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em 1991.

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