FC Porto vence em Famalicão a aproxima-se do Jamor

Golos dos espanhóis Marcano e Toni Martínez dão vantagem aos “dragões” na primeira mão

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Marcano marcou e fica associado à história do FC Porto EPA/ESTELA SILVA

Foi com sotaque espanhol, ao garantir um triunfo em Famalicão com golos de Marcano (16') e Toni Martínez (63'), no encontro da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, que o FC Porto deu mais um passo rumo ao Jamor, faltando apenas confirmar a presença na final da prova no jogo do Dragão.

Com a eliminatória a decidir-se em duas mãos, sistema que confere alguma margem de erro às equipas mais apetrechadas, o jogo de Famalicão revestia-se de especial importância para a equipa da casa. Conquistar uma vantagem para o embate decisivo, no Dragão (dia 4 de Maio), assumia carácter primordial para as aspirações famalicenses.

Na inversa, o FC Porto não precisava de uma abordagem excessivamente assertiva, que pudesse potenciar uma exposição injustificada perante um adversário que venceu cinco dos últimos seis encontros.

Sérgio Conceição tinha plena consciência dessa ténue margem de manobra, que aproveitou para poupar Matheus Uribe, Taremi e Galeno para o derby portuense, sem, contudo, arriscar demasiado, como se percebe pela inclusão do “capitão” Pepe no onze inicial.

Mas, independentemente de quaisquer premissas, o FC Porto fez o que lhe competia enquanto detentor do troféu, remetendo a equipa minhota para o meio-campo defensivo.

Marcano na história

Como consequência, não tardaram a surgir os primeiros esboços do que redundaria no golo de Marcano, mesmo à entrada do segundo quarto de hora de jogo. Um golo de cabeça do defesa central espanhol, nascido de um livre lateral. Com 27 golos de “azul e branco”, Marcano — o defesa mais concretizador da história portista — conseguiu o que Toni Martínez (por duas vezes) e Otávio não foram capazes de concretizar. Um momento que vincou ainda mais a lógica desta primeira mão, precipitando o Famalicão na busca de um golo que lhe permitisse relançar a discussão.

Famalicão que espreita uma via de acesso às competições europeias... De preferência pela Taça de Portugal, ainda que uma final entre FC Porto e Sp. Braga (já apurado) abrisse a possibilidade de apuramento ao sexto classificado do campeonato, posição ocupada precisamente pela equipa de João Pedro Sousa, ainda que longe de estar garantida.

Penetra tira inviolabilidade

Assim, depois de um bom par de investidas e de duas ocasiões reais de golo de Riccieli e Cádiz para baterem Cláudio Ramos pela primeira vez nesta temporada, o Famalicão chegou ao empate pelo defesa-central Alexandre Penetra, que conseguiu a proeza de marcar o primeiro golo na baliza portista na presente edição da Taça de Portugal.

Um golo que levou o treinador portista a promover duas alterações no arranque da segunda metade, com Galeno e Uribe a irem a jogo. Com um registo de onze triunfos consecutivos na Taça de Portugal, o FC Porto vincava uma posição de força, enquanto ao Famalicão interessava manter outra narrativa, já que não perdia em casa para a prova rainha (no tempo regulamentar) desde 2016, quando foi batido pelo Sporting.

Martínez assume coroa

Nesta espécie de braço-de-ferro de interesses, depois de um primeiro quarto de hora em que o ritmo baixou, Galeno deu sentido à aposta de Conceição, desbravando caminho pelo flanco esquerdo até encontrar Toni Martínez em posição de finalizar e chegar aos 13 golos na temporada e aos seis na Taça de Portugal, assumindo-se como melhor marcador, a par de Tamble Monteiro, do S. João de Ver.

O FC Porto estava de novo em vantagem e com o jogo aparentemente controlado, apesar de um sem número de atritos que a equipa de arbitragem tentou eliminar sem grande sucesso. O jogo corria para o fim e João Pedro Sousa sentia a necessidade de aumentar a intensidade do jogo do Famalicão ao mesmo tempo que precisava responder às entradas de Taremi e Evanilson no FC Porto.

Parar o detentor do troféu revelou-se tarefa demasiado ingrata para a equipa da casa, que terá de ir ao Dragão fazer um jogo de alto risco se quiser chegar, à terceira tentativa, pela primeira vez a uma final da Taça de Portugal.

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