Mathieu van der Poel vence Paris-Roubaix

O melhor português na corrida foi Rui Oliveira (UAE Emirates) que terminou no 52.º posto

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Van Der Poel no momento em que corta a meta Reuters/PASCAL ROSSIGNOL

O ciclista neerlandês Mathieu van der Poel (Alpecin-Deceuninck) mostrou-se neste domingo magistral ao vencer pela primeira vez a clássica Paris-Roubaix.

A melhor versão de Van der Poel, de 28 anos, permitiu-lhe triunfar no "Inferno do Norte", neste domingo abençoado com sol e bom tempo, cumprindo os 256,6 quilómetros entre Compiègne e Roubaix em 5h28m41s, na mais rápida edição de sempre, disputada a uma média de 46,8 quilómetros por hora.

Philipsen venceu um sprint a dois com o compatriota e grande rival de Van Der Poel, Wout van Aert (Jumbo-Visma), remetido para terceiro, com ambos a 46 segundos do vencedor da "Rainha das Clássicas".

Van Aert tinha ajudado a fazer uma triagem no pelotão, a 102 quilómetros da meta, aproveitando o sector de Haveluy, um dos muitos de "pavé" (empedrado) que marcam esta prova, estabelecendo uma "fuga de luxo".

Além do trio, seguiam no grupo nomes como o suíço Stefan Küng (Groupama-FDJ), o alemão John Degenkolb (DSM), o dinamarquês Mads Pedersen (Trek-Segafredo) ou o italiano Filippo Ganna (INEOS).

Van Der Poel atacou uma, duas, três vezes, e depois conseguiu isolar-se, antes de Van Aert o apanhar, adiantar-se, e o "azar" bater, depois, à porta: um furo deixou o grande rival fugir para a vitória, que teve tempo de saborear no velódromo, e o sprint com Philipsen ainda o relegou para o último lugar do pódio.

Antes, Degenkolb foi "encostado" por Philipsen e acabou por cair, mas ainda foi sétimo, com Pedersen em quarto, Küng em quinto e Ganna em sexto, no dia da Jumbo-Visma ter azar: o neerlandês Dylan van Baarle, antigo vencedor, teve de abandonar devido a queda, e o francês Christophe Laporte só pôde ser 10.º após dois furos.

Van der Poel vence mais uma das clássicas, depois de ter já conquistado a Milão-Sanremo, ficando a faltar os triunfos na Liège-Bastogne-Liège e na Volta à Lombardia, para festejar vitórias em todas as principais clássicas, depois de já ter também no seu currículo dois triunfos na Volta a Flandres - prova em que este ano foi segundo.

"Senti-me forte e tentei alguns ataques, mas estava difícil deixá-los para trás. No último sector, o Degenkolb caiu e tive de fechar o espaço para o Wout, e aí ele furou. Estava sozinho na frente e fui a fundo até ao fim", contou o vencedor.

O novo campeão, neto de Raymond Poulidor, reconheceu o "sonho" que é engrandecer o palmarés com mais uma vitória, a 42.ª na estrada enquanto profissional, mas seguramente uma das maiores, ao lado do "bis" na "Ronde", de duas Através da Flandres, a Milão-Sanremo, a Strade Bianche e a Amstel Gold Race, isto só em clássicas.

"É extraordinário, especialmente ao entrar no velódromo sozinho. Fizemos primeiro e segundo. Vamos celebrar muito, porque pode nunca mais acontecer. (...) Ao passar por Van Aert, percebi que tinha um problema, o que foi azar, porque de outra forma estaríamos os dois a disputar o final", admitiu.

Van Aert, por seu lado, mostrou-se pouco conformado com a "má sorte", até porque se sentiu "forte e bem o dia todo" e parecia ser o ciclista em melhores condições durante grande parte da corrida, que ajudou a "partir".

Rui Oliveira (UAE Emirates) foi o melhor português em prova, no 52.º posto, a 6m48s, com André Carvalho (Cofidis) em 94.º, a mais de 17 minutos.

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