Ai Weiwei: “O Ocidente perdeu a capacidade de sofrer”

Sugerimos a Ai Weiwei que entrevistasse alguém, quem quer que fosse. Quando quisemos saber a escolha, disse: eu próprio. Pediu apenas algumas pistas (para começar a conversa) e enviou-nos este texto.

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Pedro Nunes/Reuters

Por que razão se envolveu na política?
É uma pergunta que muitas vezes faço a mim mesmo. Deriva do tipo de pessoa que sou. Nasci há 66 anos na China. Durante os primeiros 20 anos após ter nascido, cresci num meio extremamente autoritário e politizado. Nessa altura, o meu pai e, por isso, também toda a nossa família éramos considerados inimigos do Estado e do Partido [Comunista da China], e até nos chamavam “inimigos do povo”. Nessa altura, este tipo de acusações era muito sério. Implicava que éramos mais prejudiciais e tóxicos do que qualquer outro perigo e merecíamos ser imediatamente rejeitados. Era uma vida em que estávamos a ser punidos de forma constante. Mas, felizmente, eu era uma criança e não percebia completamente tudo aquilo.

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