Casuals do Sporting ficam em liberdade. Adeptos do Benfica ouvidos sexta-feira

Suspeitos têm ligações aos grupos No Name Boys e Juventude Leonina.

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Adeptos com ligações aos No Name Boys (Benfica) e Juventude Leonina (Sporting) HUGO DELGADO/LUSA

Os 16 casuals afectos ao Sporting detidos esta quarta-feira vão aguardar o desenrolar do processo em liberdade, enquanto os restantes 13 adeptos do Benfica apenas vão ser ouvidos esta sexta-feira. A decisão do juiz foi divulgada esta quinta-feira ao final da tarde, através de comunicado.

Os adeptos violentos, detidos esta quarta-feira durante uma megaoperação da Polícia de Segurança Pública (PSP), vão integrar processos diferentes separados por clube, confirmou o PÚBLICO junto de fonte judicial. Os dois grupos vão ser ouvidos por juízes diferentes, podendo também diferir as medidas de coacção, consoante a gravidade das suspeitas.

Dos 29 mandados de detenção cumpridos pela polícia, 13 abrangem adeptos ligados às "águias" e os restantes 16 dizem respeito a elementos afectos aos "leões". Entre os detidos, com idades compreendidas entre os 18 e os 47 anos, há ligações a grupos organizados de adeptos como No Name Boys (Benfica) e Juventude Leonina (Sporting). Os detidos são suspeitos do crime de agressão, entre grupos de adeptos e contra a Polícia, de roubo, dano qualificado e participação em rixa. A investigação teve início em Abril de 2021, após serem apresentadas duas queixas por roubo.

Os detidos pernoitaram no Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, sendo transportados em diferentes veículos durante a manhã para o Tribunal Central de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa.

A operação desta quarta-feira resultou na detenção de 30 pessoas: 29 no cumprimento de mandados de detenção e um detido em flagrante delito por posse de arma de fogo. Nas buscas domiciliárias, a polícia apreendeu três armas de fogo e mais de 700 munições de variados calibres. No que diz respeito à apreensão de estupefacientes, a PSP encontrou haxixe correspondente a 6840 doses individuais e heroína correspondente a 1016 doses. Também foram apreendidos vários engenhos pirotécnicos, nomeadamente tochas, very-lights e potes de fumo.

No comunicado emitido esta quarta-feira, a PSP adiantou que a operação policial era "dirigida ao movimento casual em Portugal".

O movimento casual representa uma subcultura do hooliganismo, com origem no Reino Unido no final da década de 1970. Estes adeptos radicais, muitas vezes ligados a incidentes de violência nos estádios, não usam cores que os possam identificar como adeptos dos respectivos clubes, procurando passar despercebidos e ficar fora do radar das autoridades. Aquando das deslocações, viajam em grupos pequenos e em viaturas pessoais, de modo a escapar à "caixa de segurança" e criar problemas junto dos adeptos rivais.

Na operação que culminou nas detenções, foram accionados meios ligados à investigação criminal, bem como elementos que integram as equipas de ordem pública. Há ainda o apoio da Guarda Nacional Republicana (GNR) nesta operação.

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