O Sporting abriu a porta e o FC Porto entrou de rompante

A equipa portista teve uma grande noite frente ao Famalicão, depois de o Sporting ter travado o Benfica. Tudo correu bem ao FC Porto neste domingo, que reduziu a distância para o líder do campeonato.

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Jogadores do FC Porto celebram no Dragão Reuters/MIGUEL VIDAL

Quando entrou em campo frente ao Famalicão, o FC Porto poderia ficar a cinco pontos do Benfica. Quando saiu do campo depois de defrontar os minhotos, o FC Porto ficou a cinco pontos do Benfica.

A equipa portista venceu neste domingo (4-1) na recepção ao Famalicão, resultado que permite aos “dragões” chegarem-se à frente na luta pelo título e fazerem valer a perda de pontos do líder do campeonato, que empatou frente ao Sporting.

E a porta aberta pelos “leões” à equipa nortenha foi um convite que o FC Porto aceitou com uma avidez intensa. Destruiu o Famalicão com muito engenho e sem especial pudor.

Confusão permanente

Este jogo foi uma prova clara de que a mobilidade e a dinâmica são tão ou mais relevantes do que a táctica e a estratégia num desporto colectivo.

O basquetebol ensina isso por inteiro, mas o FC Porto mostrou que no futebol dá para aplicar essa lógica ao serviço das vitórias.

Logo aos 10’, os portistas estavam a jogar em ataque posicional, com o Famalicão remetido à defesa, mas Taremi, João Mário, Toni Martínez e Otávio trocaram de posições entre si. Tudo começou com Taremi na direita e Otávio a 10. A bola entrou no corredor em João Mário, que levou o jogo para a zona interior, onde combinou com Otávio.

Por esta altura, já Martínez fazia um movimento do meio para a direita e Taremi, que estava à direita, fez a viagem oposta, do corredor para o centro da área. Acabou por não conseguir finalizar, mas Galeno, ao segundo poste, pôde encostar.

Dinâmica tremenda do FC Porto, que castigou uma defesa algo perdida pelos constantes movimentos de arrastamento.

Aos 21’, o Famalicão voltou a sentir tudo isto na pele, até pela forma como por vezes era pouco claro se estava numa linha de quatro defesas ou cinco – Pablo baixava para lateral direito e Penetra fechava muito dentro e isso seduzia Moura a sair ao portador da bola. E era esse engodo que o FC Porto queria explorar.

João Mário “chamou” Moura e Otávio apareceu em profundidade pela direita, arrastando o central. Criado o engodo, João Mário correu para ir pedir a bola mais à frente e, com Moura incapaz de ser tão rápido, pouco havia a fazer. Houve definição do lateral com cruzamento, remate de Uribe e recarga de Galeno à defesa do guardião do Famalicão.

Novamente a dinâmica, novamente as trocas posicionais, novamente a mobilidade.

Jaime jogou sozinho

No Famalicão, Iván Jaime jogava praticamente sozinho, ganhando faltas – algumas em zonas perigosas –, mas apenas isso.

A incapacidade dos minhotos para ligarem o jogo criou uma perda de bola na zona do meio-campo e, balanceados para o ataque (uma constante), pouco puderam fazer para travar a transição do FC Porto – Galeno conduziu e assistiu, Otávio rematou e celebrou.

Logo após o intervalo, aos 48’, Diogo Costa voltou a provar que é de nível mundial no que diz respeito à habilidade no passe, batendo uma bola longa perfeita para Taremi, que a pediu entre linhas.

O iraniano rodou, abriu o jogo para João Mário, que esperou que o iraniano chegasse à área para fazer mais um cruzamento perfeito – que teve um cabeceamento não menos perfeito.

Taremi e Pablo tiveram golos anulados – um por mão na bola e outro por fora-de-jogo – numa fase em que a partida ficou aberta e com muito espaço para jogar de parte a parte.

O FC Porto já tinha a cabeça no descanso e, depois do que fez durante 50 minutos, era merecido.

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