Federação do Cicloturismo critica Ana Paula Vitorino por exigir mais regras apenas para bicicletas e trotinetes

Presidente da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta critica que seja exigida apenas uma maior regulamentação e fiscalização para os modos suaves de mobilidade.

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Modos suaves de transporte representam números baixos de sinistralidade Nuno Ferreira Santos

O presidente da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) mostra-se preocupado com as declarações da presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), Ana Paula Vitorino, à Lusa em que defende que seja efectuada uma “maior regulamentação e fiscalização” dos modos suaves de transporte.

José Caetano admite acompanhar as preocupações existentes “em torno da segurança rodoviária que devem inspirar todos os utilizadores da via pública.” Mas, por outro lado, sublinha que a necessidade de regulamentação e fiscalização deve abranger “todas as formas de mobilidade” e não ser uma exigência limitada apenas aos modos suaves de mobilidade, como as bicicletas e trotinetes.

Num comunicado da FPCUB divulgado esta sexta-feira, critica-se que seja feita uma exigência exclusiva para regulamentação e fiscalização apenas “em relação aos utilizadores de modos suaves e activos e aqueles que constituem, em número e níveis de risco, a menor das preocupações.”

Após a recente divulgação do relatório da sinistralidade rodoviária da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ASNR), referente ao primeiro semestre do ano, o presidente da federação destaca a sua preocupação face à falta de declarações por parte da AMT sobre o assunto, considerando que os “números provisórios e dramáticos” permitem compreender “onde estão os perigos das mobilidades.” Segundo a ASNR, entre Janeiro e Junho de 2022 registaram-se no continente e nas regiões autónomas 15.457 acidentes de viação que provocaram 210 vítimas mortais, 1120 feridos graves e 18.006 feridos leves.

Nas declarações prestadas pela presidente da AMT à Lusa é também mencionada a “obrigatoriedade do uso de capacete pelos utilizadores de bicicleta”, uma afirmação considerada por José Caetano como grave dado que demonstra o desconhecimento por parte da “mais alta responsável pela AMT” da inexistência de “qualquer obrigatoriedade no uso de capacete por parte dos utilizadores de bicicleta, em Portugal e em qualquer outro país europeu.”

Texto editado por Ana Fernandes

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