O escritor espanhol Francisco Umbral recebeu hoje o Prémio Cervantes das mãos do rei Juan Carlos, considerando que o autor de "D. Quixote" manifesta a "modernidade" que rompeu com o estabelecido e pôs Espanha de "pernas para o ar".

Sob o tema paixões, Umbral relembrou o caso singular de Cervantes, que iniciou tarde a sua aventura e só fez "a revolução dos jovens quando já era um velho", cita a Lusa.O rei Juan Carlos esteve presente na cerimónia de entrega, que habitualmente decorre na data do aniversário da morte de Cervantes, no salão nobre da Universidade de Alcalá de Henares, localidade madrilena onde em 1547 nasceu o escritor.
Para o rei de Espanha o Prémio Cervantes traduz a "melhor insígnia da língua castelhana". "Língua universal, língua-mãe, que conta com as mais diversas pronúncias em territórios distantes, mas única pela vontade dos seus falantes, que a mantêm coesa", acrescentou ainda o monarca, sublinhando que o castelhano nunca foi um idioma de imposição mas de encontro.
O Prémio Cervantes foi instituído em 1975 pelo Ministério da Cultura espanhol, com o objectivo de "dar anualmente público testemunho da admiração pela figura de um escritor que, com obras de notável qualidade, haja contribuído para enriquecer o legado literário hispânico".
Francisco Umbral, de nome verdadeiro Francisco Pérez Martínez, nasceu em 1935 em Madrid. Escritor e jornalista de formação autodidacta, é considerado um dos autores mais incisivo e crítico da sociedade contemporânea espanhola.
Foi já vencedor do Prémio Príncipe das Astúrias em 1996 e do Prémio Nacional das Letras, no ano seguinte.