João Almeida: “O líder no Giro sou eu, só temos uma carta para jogar”

Depois do quarto lugar em 2020, e do sexto em 2021, em ambos os casos na QuickStep, o português mudou-se para a Emirates e nesta quarta-feira, não se cansou de se assumir como líder único.

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João Almeida no Giro 2020 EPA/LUCA ZENNARO

O português João Almeida disse nesta quarta-feira, por repetidas vezes, que é o líder da UAE Emirates na Volta a Itália, que começa na sexta-feira e na qual ambiciona chegar ao pódio da geral final.

Depois do quarto lugar em 2020, e do sexto em 2021, em ambos os casos na Deceuninck-QuickStep, o português mudou-se para a UAE Emirates e nesta quarta-feira, em conferência de imprensa, não se cansou de se assumir como líder único, um ano depois de partilhar essa liderança com o belga Remco Evenepoel, para quem trabalhou e que acabou por abandonar.

“Não quero comparar [uma equipa com a outra]. Agora, estou confiante nos meus colegas de equipa, estamos todos focados no mesmo objectivo. O líder sou eu, e aqui há equipas com mais do que um líder. Só temos uma carta para jogar: sou eu”, reforçou, sobre um objectivo que já tinha avançado em entrevista ao PÚBLICO, em Outubro.

A ideia de ser protegido pela equipa, de todos trabalharem com “um único objectivo”, de ter “sete colegas para trabalhar para o mesmo”, foi sendo repetida ao longo da conversa com jornalistas.

Depois de surpreender o pelotão em 2020, no primeiro ano entre o WorldTour, e da polémica partilha de responsabilidades com Remco Evenepoel, no ano seguinte, o ciclista de 23 anos afirma-se, para dentro, para a equipa, e para fora também.

A seu lado terá os italianos Diego Ulissi, Davide Formolo e Alessandro Covi, além de dois portugueses, Rui Costa e Rui Oliveira, numa equipa completa com uma outra “frente de batalha” da equipa, os sprints, com o velocista colombiano Fernando Gaviria acompanhado do “lançador” argentino Max Richeze.

Ter compatriotas na equipa, com o trio a compor o contingente português na prova, permite “fazer umas piadas e falar a língua materna”, mas frisou que na equipa “há um bom ambiente": “Somos todos amigos e estamos muito felizes.”

A nível pessoal, a “responsabilidade” alia-se a “alguma pressão, não muita”, com uma condição física “melhor, no geral”, depois de mudanças no treino, com a transferência, à procura de “ser mais forte do que antes e estar melhor nas montanhas”.

Além das principais ascensões, do Monte Etna, na quarta etapa, ao Blockhaus, na nona, entre outras, sobretudo “no final da segunda semana e na terceira semana”, também “o frio e a chuva trarão dificuldades acrescidas”.

Este ano, não há muitos quilómetros de contra-relógio. (...) Temos uma nova bicicleta, que tem registado bons números e é melhor do que a antiga. Isso já é uma vantagem, e estou muito ansioso por correr com ela pela primeira vez e testá-la na estrada em competição”, acrescentou o ciclista luso.

De resto, este ano, João Almeida vê o percurso como “um pouco mais difícil do que no passado, com etapas com muito acumulado e muitas subidas”, numa 105.ª edição em que, como sempre, “todos os dias contam, todos os segundos contam, e é preciso ser mentalmente forte”, uma ideia que tem repetido há anos.

“Se não cair, se não adoecer, continuar bem de saúde e acabar na frente, é um bom Giro. Claro, gostava um dia de vencer uma etapa, mas é muito difícil. Quero estar nos primeiros lugares, é esse o objectivo”, relativizou.

Quanto aos adversários, o ciclista das Caldas da Rainha é claro. “Richard Carapaz é o favorito número um”, apontou o português, destacando a boa forma e a força mental do equatoriano que vai liderar a INEOS à procura de novo triunfo no Giro, depois de 2019.

Outro nome pelo qual foi questionado foi o do colombiano Miguel Ángel López (Astana), que considerou ser “um dos melhores escaladores do pelotão” e em boa forma, perspectivando, de resto, uma “boa batalha entre todos, porque só pode ganhar um”, além de elogiar os blocos de INEOS e Jumbo-Visma, ambas com “mais do que uma carta para jogar”.

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