Uma meia vitória para o Benfica com sabor a derrota

“Encarnados” estavam a ganhar por dois ao intervalo, mas o Boavista ainda foi a tempo de arrancar um empate.

Foto
Musa deu muito trabalho à defesa do Benfica LUSA/JOSÉ COELHO

Tudo parecia encaminhado para um único desfecho. Entre o primeiro minuto e o 45.º, o Benfica dominou, marcou duas vezes, podia ter marcado mais e tinha a vitória no bolso. Do 46.º minuto ao 90.º, era como se as equipas tivessem trocado de camisola. O Boavista dominou, marcou duas vezes e não andou longe de marcar mais. Acabou em empate (2-2) o jogo de abertura da 23.ª jornada da Liga portuguesa que aconteceu no Bessa. O Benfica falhou a sua terceira vitória consecutiva e uma aproximação substancial ao Sporting (ficou a três, mas pode ficar a seis se os “leões” vencerem o Estoril no domingo), o Boavista continuou sem ganhar em 2022 e juntou mais um empate à sua colecção – já vai em 13.

O Benfica chegava ao Bessa com a persepectiva de ficar, pelo menos durante duas noites, a apenas um ponto do segundo lugar, enquanto o Boavista precisava de pontos para fugir aos lugares de despromoção. Taraabt era a novidade de Nélson Veríssimo, Petit tinha de improvisar na defesa – apenas um central de raiz, Ilori, ao lado de Javi Garcia, um médio, e Cannon, um lateral-direito – e não era a melhor fundação para uma equipa que deixou para trás a fama de equipa ultra defensiva.

Eram fragilidades que o Benfica rapidamente identificou e aproveitou. Aos 21’, foi Adel Taraabt a fazer o 0-1, num belo e inesperado remate após boa jogada que passou por Gonçalo Ramos, Darwin e Rafa. Era apenas o segundo golo do internacional marroquino desde que chegara ao Benfica no já longínquo ano de 2015 – e, coincidência das coincidências, o primeiro golo tinha sido a outra equipa orientada por Petit, a B-SAD.

Com Taraabt a fazer a ligação, o Benfica chegava com frequência ao último terço do terreno e a defesa “axadrezada” não sabia o que fazer. Pouco depois do primeiro golo, entrou o segundo. Aos 31’, Darwin arrancou pela esquerda, cruzou para Rafa e o extremo atirou à figura de Bracali. Na recarga, Grimaldo estava no sítio certo para o 0-2.

Dois golos em meia-hora eram um bilhete para um resto de jogo tranquilo. E mais dois golos anulados por fora-de-jogo antes do intervalo (ambos por pouco) de Everton e Darwin deixavam antever mais do mesmo na segunda parte. Só que… não. Havia uma equipa do outro lado que também sabia como podia ferir o Benfica e tinha as armas para o fazer.

O Boavista ganhou ascendente no jogo, com várias aproximações perigosas, mas os “encarnados” conseguiram segurar a vantagem de dois golos durante quase meia-hora. Coincidência (ou talvez não), o jogo mudou definitivamente de rumo quando Veríssimo, aos 73’, tirou Taraabt (que estava a ser o melhor em campo) para meter João Mário. No minuto seguinte, o Boavista empatou, com Sauer a concretizar uma bela combinação com Musa.

Era o choque que o Boavista precisava para manter a energia durante mais alguns minutos. Aos 77’, Hamache atirou ao poste, e, aos 80’, Makouta fez o 2-2, encaminhando para a baliza de Vlachodimos uma assistência de Gorré. O jogo no Bessa acabaria assim, com meia vitória para cada um, mas com sensação de derrota para o Benfica e péssimas sensações para o confronto europeu com o Ajax, de quarta-feira.

Sugerir correcção
Ler 12 comentários