Será que Futre tem histórias novas para contar?

Estreia nesta quinta-feira, no serviço de streaming Opto, o primeiro episódio de “O Primeiro Português”.

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Paulo Futre DR

Será que Paulo Futre ainda tem histórias para contar, depois de já ter contado tantas? E já saberemos mesmo tudo sobre o “Paulinho” (José Mourinho diz que sabe tudo sobre ele)? É o que vamos ficar a saber a partir desta quinta-feira, dia em que fica disponível o primeiro episódio “Futre, o primeiro português”, uma série documental em seis capítulos que terá uma nova entrega todas as quintas-feiras na Opto, o serviço de streaming da SIC – não está previsto que passe nos canais televisivos. Tem o próprio a falar e muitos a falar sobre ele, alguns verdadeiramente inesperados, mas bem-vindos e com coisas para dizer, outros redundantes, como geralmente acontece.

Os documentários de futebol estão na moda. Os serviços de streaming tem uma oferta cada vez maior, seja sobre uma equipa, um jogador, um campeonato ou apenas sobre um jogo. A SIC entra em campo com a história do primeiro grande craque do futebol português com dimensão internacional depois de Eusébio, sendo que o “Pantera Negra” não teve a carreira internacional que Futre teve. Um craque que fez a transição das gerações e que abriu as portas dos grandes clubes estrangeiros aos portugueses. Daí, o título desta série documental, “O Primeiro Português”.

O primeiro episódio (o único disponibilizado para visionamento prévio) serve para enquadrar Futre nas suas várias dimensões e não segue uma lógica de cronologia. Homem autêntico, futebolista prodigioso, homem de família. Um ídolo em dois países (Portugal e Espanha), um ídolo na própria casa, um ídolo para companheiros e adversários, para um futuro craque (Fernando Torres) ou para um futuro presidente de câmara de Madrid (José Luis Martínez-Almeida).

Espera-se, então, uma viagem por uma vida que começa no Montijo e que passa por Lisboa, Porto, Madrid, Marselha, Reggio Emilia, Londres e Yokohama. Uma viagem sustentada por depoimentos de muita gente – e o documentário realizado pelo actor César Mourão não poupou esforços nesta tarefa. Falam os filhos, falam antigos colegas e antigos adversários, falam jornalistas, fala gente que o admira à distância. José Mourinho, Luís Figo, Rui Costa, Bernd Schuster, Jorge Nuno Pinto da Costa, Rabah Madjer, “El Niño” Torres, Diego Simeone, são alguns dos que passam por “O Primeiro Português”.

O depoimento mais surpreendente deste primeiro episódio que dá a primeira grande revelação é o de Diego Armando Maradona Júnior, o filho mais velho de “El Pibe”. O documentário viaja até Nápoles para falar com Diego Júnior, que diz o que o seu “viejo” lhe dizia sobre “el portugués”. “Gostava muito dele como jogador. Compararam muitos jogadores com o meu ‘viejo’, mas o Futre foi o Maradona português, esta é a verdade”, conta o filho do “10”.

A verdadeira grande riqueza de “O Primeiro Português” está no próprio Futre, um homem de discurso fácil e descomplicado a contar a sua vida em episódios como se tivesse acabado de os viver. Muito do que irá contar já não será uma novidade – Futre conheceu uma espécie de renascimento mediático nos últimos dez anos depois de ter sido um dos rostos de uma candidatura à presidência do Sporting. Mas, se diz que vai “revelar coisas” que “vão surpreender muita gente”, só temos de acreditar nele.

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