Auger-Aliassime sob o efeito Nadal

Canadiano vai defrontar Medvedev nas meias-finais do US Open, onde já estão duas teenagers no torneio feminino.

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Auger-Alisasime beneficiou da desistência de Carlos Alcaraz EPA/JOHN G. MABANGLO

Depois de terem atingido os oitavos-de-final no US Open de 2020 e no Open da Austrália em Janeiro deste ano, Felix Auger-Aliassime e o seu treinador Frédéric Fontang decidiram dar mais um passo rumo ao topo e, em Abril, incluíram na equipa técnica Toni Nadal, treinador de Rafael Nadal até 2017. Os resultados não se fizeram esperar: no último torneio de Wimbledon, o canadiano, ainda com 20 anos, estabeleceu um novo máximo pessoal ao chegar aos quartos-de-final. No US Open, fez melhor, ao garantir um lugar nas meias-finais e conservando muitas energias.

Devido à pandemia, a proximidade tem sido menos do que era suposto e Toni Nadal não esteve em Wimbledon. Reencontraram-se no US Open, onde a experiência do tio do campeão espanhol tem sido bem útil, procurando incutir no “discípulo” uma mentalidade ambiciosa, de querer melhorar permanentemente.

No mais jovem quarto-de-final masculino do US Open desde que Pat Cash, então com 20 anos, derrotou Mats Wilander, de 19, em 1984, Auger-Aliassime, agora com 21 anos, viu o espanhol Carlos Alcaraz, três anos mais novo, abandonar no segundo set, lesionado no adutor direito. E Auger-Aliassime (15.º) tornou-se assim no primeiro semifinalista canadiano na história do US Open (desde 1881).

“Esperava uma dura batalha, mas é uma infelicidade para ele. Para mim, o torneio continua; contente por estar na meia-final e ter a oportunidade de jogar uma final do Grand Slam”, afirmou Auger-Aliassime, depois de sair do Arthur Ashe Stadium com a quinta vitória neste US Open, por 6-3, 3-1. 

Ao fim chegou o excelente torneio de Botic Van De Zandschulp (117.º). Mas o holandês não se despediu da sua primeira competição nos EUA sem cometer a proeza de ser o primeiro a ganhar um set a Daniil Medvedev (2.º). O russo acabou por confirmar o favoritismo, vencendo por 6-3, 6-0, 4-6 e 7-5, e juntar-se a Auger-Aliassime na meia-final de sexta-feira.

No torneio feminino, o ténis canadiano continua bem representado por Leylah Fernandez, que aos 19 anos se tornou na mais jovem semifinalista do US Open desde Maria Sharapova, em 2005, após eliminar Elina Svitolina (5.ª), 6-3, 3-6 e 7-6 (7/5). Fernandez entrou no US Open no 76.º lugar do ranking, tem assegurada a entrada no top 40, mesmo se, na meia-final, não conseguir contrariar o favoritismo de Aryna Sabalenka.

A bielorrussa, que se estreou há dois meses numa meia-final de um major, em Wimbledon, derrotou, por 6-1, 6-4, Barbora Krejcikova (9.ª), diminuída fisicamente. A checa tinha sido assistida na ronda anterior, em que eliminou Garbiñe Muguruza, devido a uma lesão abdominal que parou o encontro por oito minutos, sendo posteriormente acusada de o fazer deliberadamente. Frente à número dois do ranking, Krejcikova raramente serviu acima dos 170 km/h e só colocou 38% de primeiros serviços, o que a tornou vulnerável aos ataques da adversária.

A abrir a jornada de quarta-feira, Emma Raducanu, de 18 anos, surpreendeu Belinda Bencic (12.ª), recente medalha de ouro no torneio olímpico, com uma exibição irrepreensível: 6-3, 6-4. A teenager britânica tornou-se na primeira tenista vinda do qualifying a atingir as meias-finais femininas do US Open.

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