Tempestades e idas ao WC assumem protagonismo no Open dos EUA

Chuva prolongou a jornada de quarta-feira até à uma da manhã.

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Tsitsipas Reuters/Robert Deutsch

Com os favoritos a vencerem os adversários que vão encontrando pelo caminho, estes primeiros dias do Open dos EUA têm sido marcados por dois assuntos: o furacão Ida e as idas à casa de banho de Stefanos Tsitsipas. Se o primeiro já passou, depois de paralisar a cidade de Nova Iorque na noite de quarta-feira, as segundas parecem ter vindo para ficar. O terceiro melhor jogador do ranking mundial começou a ser alvo das críticas dos adversários, nomeadamente de Alexander Zverev, já no torneio de Cincinnati, e a polémica subiu de tom esta semana, após o ex-número um mundial, Andy Murray, o acusar de anti-desportivismo. Para Tsitsipas, vaiado pelos adeptos na quarta-feira depois de mais uma saída do court, esta é apenas uma tempestade num copo de água.

“Não tenho nada contra eles, adoro os fãs, mas algumas pessoas não compreendem. Nunca jogaram ténis ao mais alto nível para entenderem o esforço e as dificuldades daquilo que nós fazemos. Às vezes, precisamos de um pequeno intervalo para fazermos o que temos de fazer”, explicou Tsitsipas, justificando a ida à casa de banho, após perder o terceiro set para Adrian Mannarino (44.º) e antes de eliminar o francês, com os parciais de 6-3, 6-4, 6-7 (4/7) e 6-0. “Tive de mudar de roupa e sem dúvida que ajudou”, admitiu depois de registar um novo máximo pessoal num único encontro, ao assinar 27 ases.

Em Cincinnati, Zverev acusou mesmo Tsitsipas de sair do court com o saco, onde supostamente estaria o seu telemóvel, para comunicar com o pai/treinador, algo difícil de provar. Na segunda-feira, Murray reforçou as críticas, após a ida à casa de banho do grego, no final do quarto set, ter demorado oito minutos.

Por seu lado, Mannarino não se sentiu prejudicado. “Ele não fez nada de mal. As regras é que estão mal”, apontou o francês de 33 anos, 17 dos quais passados no circuito profissional. Na verdade, a regra é vaga porque não estabelece um limite de tempo para as saídas do court, apenas as restringe a uma (em encontros à melhor de três sets) ou duas (à melhor de cinco). Com as temperaturas a atingirem os 30 graus e a humidade no ar nos 80%, os jogadores sentem a necessidade de trocarem o equipamento por completo, desde os sapatos ao chapéu, incluindo a roupa interior, pelo que não podem fazê-lo no court.

Já esta quinta-feira, Tsitsipas postou no Twitter: “Se infrinjo uma regra, sou culpado; concordo, alguma coisa não fiz bem. Mas se ajo dentro do regulamento, então qual é o problema?”, questionou o primeiro tenista a ganhar 50 encontros este ano.

Na terceira ronda, Tsitsipas vai ter em Carlos Alcaraz, um adversário que não pára de progredir. O espanhol de 18 anos venceu duas rondas no Millennium Estoril Open em Abril e, no mês seguinte, ganhou o challenger Oeiras 3, o que lhe permitiu estrear-se no top-100. Em Julho, venceu o ATP 250 de Umag e, na semana passada, foi semifinalista em Winston-Salem, chegando ao Open dos EUA no 55.º lugar do ranking.

A polémica gerada ao seu redor não foi o único problema com que o grego teve de lidar durante a segunda eliminatória. A tempestade que se abateu sobre Nova Iorque causou alguma distracção nos jogadores, devido ao barulho da chuva a bater no tecto encerrado. “No início, pensei que era o público a conversar, atrás de mim; depois percebi que era a chuva. Talvez durma aqui esta noite”, brincou.

No vizinho Louis Armstrong Stadium, o outro estádio também dotado de um tecto amovível, foi pior. Devido ao vento, a chuva foi entrando pelas aberturas laterais superiores e, a certo momento, o court estava impraticável para Diego Schwartzman (14.º) e Kevin Anderson (77.º) disputarem o segundo set. Os jogadores tiveram que esperar que terminasse a jornada do Arthur Ashe Stadium para retomarem aí o encontro, que terminou à uma da manhã de Nova Iorque, com a vitória de Schwartzman, por 7-6 (7/4), 6-3 e 6-4.

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