Palmisano contraria poderio chinês na marcha feminina

Ana Cabecinha terminou na 20.ª posição, a 4m56s da vencedora.

Foto
Reuters/KIM HONG-JI

Graças a uma ponta final demolidora, Antonella Palmisano conquistou nesta sexta-feira a medalha de ouro nos 20km marcha femininos, em Tóquio. A italiana desferiu um ataque fortíssimo a seis quilómetros do final e deixou para trás toda a concorrência (1h29m12s), oferecendo ao país a segunda medalha na distância nestes Jogos Olímpicos.

Na bolsa de apostas, o trio chinês constituído por Liu Hong, Qieyang Shijie e Jiayu Yang surgia entre as mais fortes concorrentes ao pódio, com Yang a assumir especial protagonismo, por força do recorde mundial fixado a 20 de Março deste ano, com 1h23m49s. E a verdade é que as três marchadoras lideraram a prova durante três quartos do percurso.

Com um grupo compacto na frente, Palmisano foi-se resguardando e esperando pelo momento certo para atacar. A cerca de seis quilómetros da meta, a italiana (que este ano tinha como melhor marca 1h27m42s) acelerou sem olhar para trás, a um ritmo que nenhuma das concorrentes conseguiu acompanhar. Surpreendida, Jiayu Yang ainda tentou responder, mas forçou demasiado o andamento e acabou por ser penalizada, perdendo a hipótese de discutir o pódio (terminou em 12.º).

De repente, e face à reacção mais eficaz da colombiana Sandra Arenas e da brasileira Érica de Sena, a China ficava de fora do pódio, mas a pior das notícias estava prestes a chegar para Érica: uma penalização forçou-a a parar e caiu do terceiro para o 11.º posto final, com Liu Hong a aproveitar a oferta para garantir o bronze, a 45 segundos da vencedora (a prata ficou mesmo com Arenas, a 25 segundos).

Ana Cabecinha, única portuguesa em acção, rodou na primeira metade da prova na cauda do primeiro grupo, caindo depois gradualmente até terminar na 20.ª posição, quase a cinco minutos de Palmisano. Ainda assim, a marca obtida (1h34m08s) - ainda que distante da 1h28m57s registada nos Mundiais de Londres, em 2017 - foi a melhor que conseguiu numa temporada muito atribulada.

“Tive covid em Janeiro, depois tive a morte do meu pai em Abril e chegar aqui e gerir as emoções foi muito complicado. Ainda ponderei não continuar a época, mas custou-me tanto este ano que tinha de chegar ao fim, nem que fosse para dedicar ao meu pai. Foi por isso que aguentei estes meses, mas o que importa é que concluí os meus quartos Jogos Olímpicos”, confessou, em declarações à RTP.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários