Dinamarca continua a sua história luminosa no Euro

Nórdicos seguem para as meias-finais, após um triunfo por 2-1, em Baku, sobre a República Checa.

Foto
Dolberg marcou um dos golos da Dinamarca LUSA/Dan Mullan / POOL

Sem Eriksen e por Eriksen. Assim continua a luminosa história da Dinamarca no Euro 2020. Começou com uma quase tragédia (e com duas derrotas seguidas), mas os nórdicos já estão nas meias-finais depois de um triunfo em Baku, por 2-1, sobre a República Checa, naquela que é a terceira vez que estão entre as quatro melhores selecções de uma fase final do Europeu – e a última vez que tal aconteceu, em 1992, foram campeões. Quanto aos checos, que foram campeões como parte integrante da Checoslováquia em 1976, fizeram bem melhor que em 2016 (não passaram da fase de grupos), mas ficaram longe do melhor enquanto nação independente, finalistas vencidos em 1996.

Depois da paragem cardiorrespiratória do seu melhor jogador em Copenhaga, no jogo de abertura, temia-se o pior para as aspirações dinamarquesas neste Euro. Não o tinham em campo, mas passaram a jogar por ele e cada jogo neste Euro tem sido uma prova de superação incrível. E terá sido esse suplemento emocional que deu a vantagem aos dinamarqueses sobre uma boa República Checa, que foi superando barreiras neste Euro alimentada pelos golos de Patrick Schick e com grande capacidade de adaptação ao que o jogo vai pedindo.

Pouco depois do apito inicial de Bjorn Kuipers, já a Dinamarca estava na frente. Logo aos 5’, num canto marcado por Stryger-Larsen, Delaney cabeceou sem marcação e com direcção para o 1-0. E só depois desta entrada de rompante em jogo é que deu para perceber qual era o plano das duas equipas. A Dinamarca iria controlar a partir de trás e lançar bolas directamente para os avançados, os checos queriam chegar à baliza de Schmeichel com a bola no pé. Chegaram lá perto aos 13’, numa boa jogada de Schick e num remate desviado por uma perna dinamarquesa.

Foi assim a primeira parte. A Dinamarca a correr, a Rep. Checa a construir. Damsgaard teve uma oportunidade de alvejar a baliza adversária após uma corrida longa, mas Vaclik, o experiente guardião do Sevilha, opôs-se bem. Schmeichel também brilhava na baliza que já fora do pai, Peter, com boas respostas a remates de Holes, aos 22’ e aos 34’.

Em corrida foi como a Dinamarca chegou ao 2-0, aos 42’. A bola viajou para a esquerda e para Maehle, o lateral de pé trocado que ocupa aquela posição. Com uma trivela de pé direito, o jogador da Atalanta meteu a bola na perfeição para a entrada de Dolberg, que alvejou mais uma vez com pontaria a baliza de Vaclik.

A Dinamarca foi feliz para o intervalo, mas a República Checa saiu para a segunda parte com vontade de dar a volta. Com mais um homem no ataque (Krmencik), os checos carregaram e remataram em grande volume até finalmente acertarem na baliza, aos 49’. Coufal fez a assistência e Schick marcou o 2-1 – foi o quinto golo para o avançado do Bayer Leverkusen, que igualou Cristiano Ronaldo como o melhor marcador deste Euro 2020.

A missão dos nórdicos era agora minimizar os estragos e conter o ataque final do adversário. Simon Kjaer, o experiente central do AC Milan, assumiu o comando da missão defensiva e limpou tudo o que lhe aparecia pela frente – e, já com Poulsen em campo, a Dinamarca voltou a ter presença no último terço, obrigando Vaclik a várias boas intervenções, que mantiveram os checos na luta até ao final.

Mas este era para a Dinamarca, que está entre os quatro melhores do Europeu 29 anos depois do milagre de 1992. O maior milagre, dirão eles, foi Eriksen ter sobrevivido, depois de ter estado longos segundos morto, como confirmaram os médicos. Essa foi a maior conquista. E é por isso que ganhar este Europeu não parecer nada fora do alcance da Dinamarca.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários