Roland Garros arranca sem Dominic Thiem

Pablo Andujar provocou a primeira grande surpresa do torneio. Naomi Osaka anunciou um boicote à comunicação social.

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Dominic Thiem Reuters/CHRISTIAN HARTMANN

Oito meses após a conclusão da última edição, teve neste domingo início o torneio de Roland Garros. Em 2020, a pandemia forçou a etapa francesa do Grand Slam a procurar uma data alternativa, em Setembro. Neste ano, começou apenas uma semana mais tarde do que o previsto, mas com um “Sunday start”, para aproveitar um dia do fim-de-semana. As surpresas é que não esperaram para acontecer e Dominic Thiem, um dos nomes apontados como capazes de impedir Rafael Nadal de ganhar um 14.º título em Paris, foi já eliminado.

O autor da proeza foi Pablo Andujar (68.º no ranking mundial) que, há duas semanas, “estragou” o regresso de Roger Federer ao circuito ATP, derrotando-o em Genebra. Frente a Thiem (4.º), finalista em Roland Garros em 2018 e 2019 e quarto-finalista no ano passado, o espanhol impôs-se pelos parciais de 4-6, 5-7, 6-3, 6-4 e 6-4, para obter a sua primeira vitória da carreira após ceder os dois sets iniciais. “É muito especial para mim conseguir isto aos 35 anos, pois não sei quantos mais anos irei jogar”, afirmou Andujar, depois do encontro de quatro horas e meia.

Já Thiem, muito apagado nesta época de terra batida, com quatro encontros ganhos em oito disputados, reconheceu que está longe do seu melhor. “O meu jogo não estava lá. As pancadas têm falta de potência, não são precisas, e não me estou a movimentar suficientemente bem. Perder depois de estar em vantagem por dois sets é muito estranho, mas tenho de reagir o mais cedo possível”, admitiu o austríaco, cuja ausência do quadro favorece os pretendentes da parte inferior, Alexander Zverev, Daniil Medvedev, Stefanos Tsitsipas.

Zverev (6.º) fez o percurso inverso frente ao também alemão Oscar Otte (152.º): cedeu os dois sets iniciais, mas venceu, ao fim de 2h49m, por 3-6, 3-6, 6-2, 6-2 e 6-0. Tsitsipas (5.º) inaugurou as sessões nocturnas com uma vitória sobre Jérémy Chardy (60.º), por 7-6 (8/6), 6-3 e 6-1. 

Para Nadal, a ausência de Thiem numa possível final não lhe dá motivo para relaxar. Até lá, o espanhol terá de preocupar-se com vários rivais, nomeadamente Andrey Rublev, possível adversário nos quartos-de-final, ou Novak Djokovic, nas meias-finais. Na mesma metade do quadro, e possível oponente de Djokovic nos “quartos”, está Roger Federer (8.º), que viajou para Paris sem grandes expectativas e que irá estrear-se hoje, frente ao uzbeque Denis Istomin (203.º). Igualmente no segundo dia de prova, João Sousa (113.º) defronta o norte-americano Taylor Fritz (33.º), no derradeiro encontro do court 9.

No quadro feminino, o maior favoritismo divide-se entre Ashleigh Barty, que regressa a Paris após o triunfo em 2019, e Iga Swiatek, surpreendente vencedora no ano passado. Mas o torneio está muito aberto, já que não tem havido nenhuma tenista a dominar o circuito.

Naomi Osaka tem dominado nos hardcourts e foi a maior estrela a entrar neste domingo em acção. A japonesa triunfou nos dois mais recentes Grand Slams que disputou, US Open de 2020 e Open da Austrália este ano, e confirmou estar em boa forma, ao somar 39 winners e perder somente quatro pontos no seu serviço, para derrotar a romena Patricia Maria Tig (63.º), por 6-4, 7-6 (7/4).  

Fora do campo, a número dois do mundo tem estado ainda mais em destaque, pois avisou que não irá falar com jornalistas em Paris, porque podem colocar em perigo a sua “saúde mental”. Para já, Osaka sofreu uma multa de 12 mil euros por falhar a conferência de imprensa obrigatória após a primeira ronda e já foi avisada de que, em caso de reincidência, arrisca-se a ser desqualificada do torneio.

Aryna Sabalenka – que tem mais encontros ganhos (34) no WTA Tour desde o último torneio de Roland Garros –, Petra Kvitova, Victoria Azarenka e Paula Badosa – 13 vitórias nos 15 encontros realizados este ano em terra batida – também ultrapassaram a primeira eliminatória.

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