Deus não pode estar em todo o lado, por isso fez os médicos?

Querem transformar uma parturiente – em pleno acto de expulsar a cria do seu corpo – numa senhora bem-comportada no salão de chá. Transformaram o acto bruto da fêmea numa cirurgia marcada na agenda; uma intervenção feita por terceiros, em vez do improviso animalesco da própria.

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A fêmea prenhe dá à luz a cria que se alimentou durante algum tempo na escuridão do seu corpo. Os médicos obstetras dizem “parir”, referindo-se ao acto no qual participam – tirar a criança da escuridão. É por isso que também se diz “trazer à luz”, expor o mundo à criança e a criança ao mundo.

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