Carlos Alcaraz segue as pisadas do treinador

O espanhol de 18 anos conquistou no Jamor o maior título da carreira e garantiu a estreia no top 100.

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Carlos Alcaraz DR

Foi em 1999 que Juan Carlos Ferrero, ao triunfar no challenger da Maia, entrou pela primeira vez no top 100. Vinte e dois anos depois, Carlos Alcaraz, treinado pelo espanhol que viria a vencer em Roland Garros e, ainda em 2003, coroado número um do ranking, imitou-o: conquistou o ATP Challenger 125 Oeiras Open e assegurou a presença entre os cem melhores do mundo. Este foi o primeiro (e maior) título do espanhol de 18 anos em 2021, mas já o quarto nesta categoria de torneios, todos obtidos desde Agosto.

“Estou supercontente por ter conseguido ganhar este título. Joguei a um grande nível durante toda a semana e era disto que precisava, porque a estes torneios vêm jogadores muito bons e para vencer precisei de um nível de jogo e de concentração muito elevados. Consegui fazê-lo e foi uma preparação muito boa para chegar a Roland Garros com confiança”, afirmou Alcaraz, depois de derrotar, na final, o argentino Facundo Bagnis (109.º), com um duplo 6-4.

Um break no início do encontro deixou Alcaraz mais tranquilo nos seus jogos de serviço. Seria somente a 2-3 da segunda partida que o espanhol veria Bagnis ameaçar o break e virar o rumo do encontro, mas acabou por igualar o marcador, antes de “quebrar” o argentino e voltar a ganhar vantagem suficiente para fechar o encontro de pouco mais de hora e meia. 

Com 18 anos e 19 dias, Alcaraz é o quinto mais novo de entre os tenistas ainda em actividade a entrar nos cem primeiros. “Chegar ao top 100 pela primeira vez é especial, mas tenho de o encarar com a maior naturalidade do mundo. Vem aí Roland Garros e é nisso que tenho de me concentrar”, afirmou o vencedor do segundo mais importante torneio do ano em Portugal.

Bagnis, 13 anos mais experiente, reviu partes do duelo anterior entre ambos, em Agosto, e constatou que ambos progrediram desde então, com destaque para o serviço de Alcaraz. O argentino perdeu a sua terceira final em Portugal, depois do Braga Open e Lisboa Belém Open, challengers realizados em 2019, mas espera voltar, para vencer. “Oxalá a próxima final cá seja num torneio ATP. O mais importante foi que competi, trabalhei cada dia e dei o meu melhor”, salientou Bagnis, que vai subir ao 101.º lugar do ranking, depois de ter sido 55.º em 2016. 

Esta semana, o Jamor é palco de outro challenger, da categoria 50 (pontos para o vencedor), mas o sorteio dificultou os objectivos dos tenistas portugueses. Gastão Elias e Luís Faria vão discutir entre si um lugar na segunda ronda, enquanto os outros lusos têm cabeças de série pela frente: Pedro Araújo defronta o mais cotado da prova, Mathias Bourgue (195.º); Tiago Cação mede forças com o segundo melhor, Tung-Lin Wu (267.º); Nuno Borges joga com o quinto pré-designado, Roberto Quiroz (275.º); e Gonçalo Oliveira enfrenta o sétimo cabeça de série, Pedro Cachin (292.º). No qualifying, que começa já este domingo, Portugal está representado através de Francisco Cabral, Fábio Coelho e Miguel Gomes, igualmente com cabeças de série como primeiros adversários.

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