Santana Lopes: “Graças a Deus gosto do combate”

Ex-primeiro-ministro do PSD assumiu uma candidatura independente à Figueira da Foz, 24 anos depois de ter conquistado esta câmara

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Pedro Santana Lopes acredita que pode ganhar a câmara da Figueira da Foz nas próximas autárquicas Nuno Ferreira Santos

Está contente com a decisão de ser candidato à câmara da Figueira da Foz?
Estou, estou muito contente pela Figueira. Para além de andar a fazer o que devo ando a fazer o que gosto. Graças a Deus gosto da Figueira, gosto da política, do combate e tinha esta ‘dívida’ interior e nunca houve ocasião para pagar, nunca fiz um segundo mandato. O que me custou sair da Figueira na altura! Depois, mesmo que eu quisesse ou pudesse, não dava, havia outras pessoas candidatas pelo PSD, partido a que pertencia na altura. E agora, proporcionou-se. Está a correr bem, as pessoas recebem-me bem. Estou a preparar um programa para este tempo difícil que aí vem.
Do mundo pos-covid?
Sim e do mundo da criptomoeda e da moeda digital, da inteligência artificial e da competição louca entre cidades. Aqui à volta andou tudo muito para a frente. Aveiro, Fundão… em termos de atractividade, de ciência, de investimento estrangeiro. Enquanto a Figueira não… não estou com isto a criticar quem esteve na câmara. Não vim para a Figueira para criticar ninguém, vim para trabalhar.
Acha que tem hipóteses de ganhar com maioria?
Sim, sim espero que sim. Os indicadores que tenho apontam para isso. Ainda é cedo, faltam quatro meses, há que continuar a pedalar. A todo o lado onde vou só oiço isso ‘vou votar em si’. Tenho esta boa relação com os figueirenses e eles comigo.
Se vencer tem algum plano antigo que tenha ficado por cumprir?
Há assuntos que duram desde há 20 anos. Por exemplo, a erosão da costa está pior, tem de ser resolvida de vez. O campo de golfe, que o engenheiro Sócrates me vetou na altura porque dizia que havia linces ibéricos. Passaram 20 anos e não apareceu o lince. É preciso criar condições para que os navios de recreio ou outros que passem ao largo da Figueira possam ancorar e os turistas virem aqui. Mas o principal projecto é tornar a Figueira uma cidade indispensável. Porque a Figueira está no canto esquerdo no mapa como Lisboa. É preciso desviar para vir à Figueira. Para além da praia, as pessoas têm de ter uma razão para vir o ano todo. Hoje em dia uma cidade que não aposte, como eu fiz na Santa Casa, na investigação, na ciência... Quero também que seja uma cidade ligada ao desporto com um centro muito grande de alto rendimento feito por públicos e privados. É preciso lutar para que o Plano de Recuperação e Resiliência do país tenha verbas para resolver este problema da erosão da costa nesta região. E não está lá. Portanto é uma luta que vou ter de travar. Para além de pôr a Figueira no mapa, o principal é criar uma economia mais forte porque a Figueira ficou para trás. O que as pessoas me dizem na rua é ‘ó sôtor tem de tirar a Figueira deste marasmo’”. Não é ofensivo. A Figueira é muito bonita mas parou no tempo. Esse é o meu trabalho se ganhar. E se ganhar, se Deus quiser, mesmo com maioria, se eu vir na oposição quem tenha valor para contribuir para o trabalho, eu desafio e vou distribuir pelouros. Como estou independente não tenho essas limitações, esses conflitos partidários. Sejam do PSD sejam do PS desde que queiram trabalhar. Não tenho rancores nem preconceitos. Desde que as pessoas sejam sérias e competentes são bem-vindas.

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