Ensino superior: professores, investigadores e não docentes devem ter prioridade na vacinação, exige sindicato

A reabertura das universidades e politécnicos, a 19 de Abril, é “uma boa notícia” para Mariana Gaio Alves, presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (Snesup). Contudo, há uma “omissão” no que diz respeito “à vacinação dos professores, investigadores e pessoal auxiliar das universidades e politécnicos”. Tal “deveria estar previsto”, frisa, já que “vão desenvolver actividades presencialmente”.

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Nelson Garrido

Quem trabalha no ensino superior vai voltar a “desenvolver actividades presencialmente” a partir de 19 de Abril. Contudo, não há referência à vacinação, nas primeira e segunda fases, de professores, investigadores e auxiliares das universidades e politécnicos por parte do Governo.

A reabertura das universidades e politécnicos, a 19 de Abril, é “uma boa notícia” para Mariana Gaio Alves, presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (Snesup). Contudo, há uma “omissão” no que diz respeito “à vacinação dos professores, investigadores e pessoal auxiliar das universidades e politécnicos”. Tal “deveria estar previsto”, frisa, já que “vão desenvolver actividades presencialmente”.

Num comunicado do Snesup a que o PÚBLICO teve acesso, as orientações sobre a testagem nas universidades e politécnicos são tidas como “vagas”. Segundo comunicado do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), as instituições “devem planear uma reactivação faseada de actividades lectivas e não lectivas” presenciais. Isso inclui “a disponibilização de condições de testagem para SARS-CoV-2 aos docentes, investigadores, não docentes e estudantes”.

Mariana Gaio Alves espera que tal “seja concretizado” e que “várias universidades e politécnicos possam fazer [a testagem]”. A presidente do Snesup acusa a tutela de ter “estado ausente destas questões” e exige “que tanto docentes e investigadores como o pessoal não docente sejam incluídos no grupo prioritário de vacinação e que seja desenhado um plano nacional e uniforme de testagem massiva”. “Só assim é possível travar possíveis surtos nas instituições.”

O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas não quis prestar declarações, “esperando indicações” da tutela. O MCTES não respondeu, até ao fecho desta edição, às perguntas do PÚBLICO.

Ana Gabriela Cabilhas, presidente da Federação Académica do Porto, considera que a reabertura, “positiva”, necessita de garantias “de máxima segurança”. “Muitos estudantes são deslocados e voltarão às cidades onde estudam e partilham casa”, lembra, e defende testagem “massificada” no ensino superior, até porque apenas “algumas instituições [da UP]” o fazem.

Esse problema, diz João Assunção, presidente da Associação Académica de Coimbra, “não se coloca” nesta universidade, onde se criou um programa de rastreio com recolha de 100 amostras diárias.

Para o presidente da Federação Académica de Lisboa, Francisco Maria Pereira, o “impacto do encerramento” destas instituições de ensino “é muito grande”: “alguns cursos perdem o sentido e acabam por não ser tão estimulantes” à distância, o que contribui para a perda de interesse dos universitários, e o “regresso ao regime presencial pode deixar de ser possível para alguns deles”.

 
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