Ministro do Ambiente admite proibir caça em propriedades vedadas

Matar animais à paulada também ficará interdito, apesar de caçadores garantirem que essa prática caiu em desuso.

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Adriano Miranda

O ministro do Ambiente, Matos Fernandes, admitiu esta sexta-feira proibir a caça grossa em propriedades vedadas de onde os animais não possam fugir – os chamados cercões.

No final de uma reunião com associações representativas do sector da caça, da agricultura e do ambiente, na qual também estiveram presentes representantes do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, o ministério emitiu um comunicado em que alude à intenção de “regulamentar ou proibir” os cercões.

“É ainda entendimento do Ministério do Ambiente que práticas anacrónicas de caça devem ser suprimidas no novo quadro regulatório do sector”, refere a mesma nota de imprensa. Questionado pelo PÚBLICO sobre que práticas anacrónicas são estas, o gabinete de imprensa de Matos Fernandes recusou-se a dar qualquer resposta. O governante referiu-se porém, durante a reunião, à caça à paulada, uma prática que os representantes dos caçadores garantem não existir, muito embora continue prevista na lei. O mesmo gabinete de imprensa também se escusou a esclarecer se a proibição dos cercões se estenderá a tapadas como a da Torre Bela, na Azambuja, onde uma matança de centenas de animais numa única caçada gerou repúdio nacional.

Foi na sequência desta matança ocorrida em Dezembro passado, e sobre a qual o Ministério Público abriu um inquérito-crime, que o ministro anunciou a revisão das leis que regem a caça. Porém, a reunião desta sexta-feira, cerca de um mês após estes acontecimentos, serviu apenas para Matos Fernandes ouvir os parceiros dos diferentes sectores e repetir algumas das intenções que anunciou na altura: promover censos regulares das espécies selvagens (incluindo as cinegéticas mais significativas), obrigar os promotores das montarias a comunicá-las antecipadamente às autoridades e todas as zonas de caça a disporem de um responsável técnico que responda pela sua gestão.

O governante pediu aos presentes na reunião para lhe fazerem chegar propostas de alteração à legislação nas próximas três semanas, tendo agendado novo encontro com as associações para daqui a dois meses. 

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