Portugal quer repetir no Mundial o top-10 do Europeu

A selecção nacional de andebol inicia amanhã, no Egipto, a quarta participação num Campeonato do Mundo. A Islândia, primeiro adversário na prova, é o principal rival no Grupo F.

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LUSA/ESTELA SILVA

Dezoito anos depois de disputar pela última vez um Campeonato do Mundo de andebol, Portugal está de regresso à principal prova organizada pela IHF, a federação internacional da modalidade, mas para 16 dos 20 convocados por Paulo Pereira entrar numa grande competição internacional de selecções não é uma novidade. Com uma equipa praticamente decalcada da que alcançou, há um ano, o sexto lugar no Campeonato da Europa, Portugal viajou para o Egipto com a ambição de repetir no Mundial o top-10 do último Europeu. Islândia, Argélia e Marrocos vão ser os adversários na primeira fase.

O hiato de 14 anos fora das grandes competições internacionais de selecções (em 2006, Portugal foi 15.º no Europeu da Suíça) foi interrompido há um ano, com a presença no Campeonato da Europa disputado na Áustria, Suécia e Noruega. 370 dias depois de Portugal ter conseguido, em Trondheim, uma histórica vitória sobre a França, a selecção portuguesa estreia-se amanhã no Mundial 2021, defrontando, no moderno New Capital Sports Hall, a Islândia (19h30, RTP2), adversário com o qual Portugal jogou por duas vezes (uma vitória e uma derrota) nos últimos dez dias, na fase de apuramento para o Euro 2022.

Num Grupo F em que, para além de Portugal e Islândia, vão competir a Argélia e Marrocos, as duas selecções europeias são favoritas, mas embora seja expectável a qualificação portuguesa, todos os resultados serão importantes: se Portugal ficar nos três primeiros lugares, os pontos conquistados contra os outros dois países qualificados (em teoria, Islândia e Argélia) serão transportados para a “main round”, na qual vão estar também os três primeiros classificados do Grupo E, do qual fazem parte França e Noruega, dois dos principais candidatos ao título, Áustria e Estados Unidos.

Gerir melhor as emoções

Na ressaca do confronto de domingo passado na Islândia, onde Portugal passou do excelente (esteve a vencer por 12-7) para o paupérrimo (acabou derrotado por (32-23), Paulo Pereira reconheceu que a sua equipa precisa de “começar a gerir as emoções da melhor forma”, mas o seleccionador garantiu que continua “a acreditar” no grupo.
Porém, a estreia de amanhã contra os islandeses obrigará Portugal a apresentar-se ao seu melhor nível para iniciar a participação no Mundial com uma vitória: há um ano, em Malmo, Portugal sofreu contra os islandeses a primeira derrota na “main round” do Euro 2020, resultado que acabou por ter um peso significativo para o não apuramento da selecção nacional para as meias-finais.

Com os mesmos 20 jogadores que foram convocados para o duplo confronto com a Islândia — após o jogo em Reiquiavique, Portugal viajou para o Cairo —, Paulo Pereira terá ao seu dispor, no Egipto, 16 dos 18 atletas que participaram no último Europeu, sendo que as quatro novidades são o ponta esquerdo Leonel Fernandes, o pivot Victor Iturriza e o lateral direito Diogo Silva, todos do FC Porto, assim como Gilberto Duarte, um dos mais influentes jogadores portugueses que falhou a presença no Europeu 2020 após sofrer uma lesão no joelho a cerca de um mês do início da competição.

Desta vez, o jogador do Montpellier será um dos trunfos de Paulo Pereira, mas Gilberto Duarte deverá ficar de fora da estreia contra a Islândia: o lateral está a recuperar de uma lesão muscular no adutor da coxa direita, e, tal como Alexandre Cavalcanti, que saiu com problemas físicos no primeiro dos dois jogos com a Islândia, será uma baixa para a partida de amanhã.

Terminar nos oito primeiros

“O Gilberto Duarte ainda não está pronto para jogar. Veio lesionado do Montpellier e estamos a tentar recuperar o jogador, sem o prejudicar, e sempre em contacto com o clube, para o começo do Mundial. O Cavalcanti ainda não conseguiu recuperar e tenho algumas dúvidas que possa contar com ele para o primeiro jogo”, referiu Paulo Pereira, que traça como objectivo a presença nos quartos-de-final: “Seria um excelente resultado terminar entre os oito primeiros”.

O jogo de abertura do Mundial 2021 será realizado hoje, a partir das 17h, no Cairo Stadium Indoor Hall, que tem capacidade para 17 mil espectadores, mas ao contrário do que chegou a ser previsto, quando for dado início à partida inaugural entre o Egipto e o Chile, não haverá público nas bancadas do pavilhão.

Esta semana, a IHF anunciou que a decisão foi tomada durante uma reunião entre o primeiro-ministro do Egipto, Mostafa Madbouly, e o presidente da IHF, o também egípcio Hassan Moustafa, face à propagação da covid-19 no país africano.

Assim as 32 selecções vão ser sujeitas a rigorosas medidas de prevenção, ficando inseridas numa “bolha” de segurança sanitária e só podendo sair dos hotéis para se deslocarem para os pavilhões, de forma a limitar o risco de contágios. Este controlo sanitário obrigou, de resto, à substituição de última hora da República Checa e dos EUA, a contas com vários jogadores infectados, pela Macedónia do Norte e pela Suíça, respectivamente.

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