Encontrado no Japão o mais antigo manuscrito dos pensamentos de Confúcio

Os peritos da Universidade Keio datam-no do século VI e consideram que será uma das primeiras recolhas das analectas que, ao longo dos séculos, difundiram o pensamento do filósofo chinês Confúcio. Até esta descoberta, os manuscritos mais antigos das analectas recuavam ao final do século XII.

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O manuscrito assume a forma de um pergaminho formado por 20 páginas de 27 centímetros coladas entre si Universidade de Keio

Será o mais antigo manuscrito contendo ensinamentos do filósofo chinês Confúcio. A Universidade Keio, em Tóquio, revelou que o documento, adquirido em 2017 a um alfabarrista especializado em antiguidades, datará do século VI e será uma das primeiras recolhas das analectas que, ao longo dos séculos, difundiram o pensamento de Confúcio. A confirmar-se a autenticidade do manuscrito, estaremos perante uma descoberta de valor “incalculável”, o equivalente a “um tesouro nacional”, disse ao diário Asahi Shimbun Terukuni Kageyama, professor emérito de Filosofia Chinesa Antiga na Universidade para Mulheres de Jissen, na cidade japonesa de Hino.

Assumindo a forma de diálogos e de aforismos, as Analectas Confucianas foram criadas por discípulos de Confúcio após a morte do mestre, em 479 a.C., e tornaram-se na China um guia para a conduta humana nas questões da moralidade, da política ou da educação. O documento agora encontrado foi identificado pela equipa multidisciplinar criada pela Universidade Keio como pertencendo ao quinto volume das analectas. Os peritos atribuem a autoria a Huang Kan (502-557), um erudito confuciano que viveu durante o período convencionalmente considerado como o das Dinastias do Norte e do Sul. Trata-se de um pergaminho criado a partir de 20 páginas de 27 centímetros coladas entre si, que os peritos acreditam ter sido levado para o Japão por diplomatas enviados à China durante os períodos correspondentes à dinastia Sui e Tang (618-907).

Até agora, os manuscritos mais antigos das Analectas Confucianas datavam do final do século XII. O documento revelado contém a marca do clã Fujiwara, família de grande influência no Japão durante o período Nara (714-784) e Heian (794-1185). Será exposto ao público pela primeira vez na livraria Maruzen, em Tóquio, entre 7 e 13 de Outubro.

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