Epidemiologista aponta para mais de um ano sem adeptos nos estádios

“Mesmo que a transmissão comunitária do vírus esteja baixa, são necessárias apenas algumas pessoas no meio de 60 mil para o risco de algo significante acontecer ser elevadíssimo”, explica.

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Estádios cheios deverão ser, nos próximos tempos, uma utopia. EPA/GUILLAUME HORCAJUELO

“Detesto dizer isto, mas, como cientista, estou quase 100% certo de que não poderemos encher estádios até termos uma vacina. Ponto”. As palavras são de Zach Binney, médico epidemiologista norte-americano que estima, em declarações ao jornal britânico The Times, um tempo de espera pela vacina da covid-19 de cerca de 18 meses.

O médico detalha, ainda, o processo de contágio que impede a abertura precoce dos estádios. “Aquilo que é preciso entender é que cada pessoa aumenta o risco. Cinco pessoas são mais perigosas do que duas. Dez são mais perigosas do que cinco. Quinhentas são mais perigosas do que 10. Sessenta mil pessoas são realmente muito, muito perigosas”.

“Mesmo que, nessa comunidade, a transmissão comunitária do vírus esteja baixa, são necessárias apenas algumas pessoas no meio de 60 mil para o risco de algo significante acontecer ser elevadíssimo”, explica, em linha com o que já é apontado na Liga italiana.

No mesmo artigo do jornal norte-americano, o imunologista Karol Sikora corrobora a estimativa e aponta que não é seguro abrir estádios com uma percentagem de imunidade global abaixo de 60%. “Mas as estimativas, neste momento, sugerem que estamos entre 10 e 15%”, adverte.

Para já, a presença de adeptos, na maioria dos estádios, só em formato manequim, como na Bielorrússia.

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