Coronavírus: PEV denuncia discriminação de trabalhadores que não estão nos quadros

Os ecologistas denunciam a discriminação de trabalhadores que não estão nos quadros das empresas e que não são alvo dos mesmos cuidados de protecção face à ameaça do novo coronavírus.

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José Luís Ferreira assina a pergunta enviada ao Ministério do Trabalho daniel rocha

O partido ecologista Os Verdes (PEV) questionou o Governo, através de uma pergunta enviada ao Ministério do Trabalho, sobre a discriminação que está a ocorrer com vários trabalhadores de empresas de trabalho temporário e de outsourcing na implementação de medidas de contenção e combate à pandemia actual.

​"O recurso a empresas de trabalho temporário e outsourcing tem sido uma constante por parte de grandes grupos financeiros, de telecomunicações, de seguros, de energia, entre tantos outros, sobretudo para assegurar serviços de call center, atendimento ao cliente e tratamento de informação”, contextualiza o partido.

E se o número de trabalhadores aumenta, aumentam também o número de funcionários “numa situação precária com salários e direitos muito reduzidos, em comparação com os quadros das empresas, que inversamente são cada vez menos”, continua o PEV.

Um dos exemplos citado pelo PEV no tratamento diferenciado aos trabalhadores foi denunciado à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). Em causa está uma eventual infecção pela covid-19 de um trabalhador que, por precaução, levou a empresa a enviar os restantes trabalhadores com vínculo contratual para casa, em regime de teletrabalho, enquanto os colegas que trabalham no mesmo local, mas através de uma empresa de outsourcing foram obrigados a continuar nas respectivas instalações.

Por isso, nas perguntas enviadas ao Governo, o PEV pergunta “que acções têm sido realizadas para, atempadamente, evitar que as empresas tomem medidas distintas para com os trabalhadores subcontratados, expondo-os, e consequentemente, os seus familiares a maior risco”. Os ecologistas querem ainda saber quais os trabalhadores de empresas de trabalho temporário e de outsourcing que estão a ser abrangidos por medidas de contingência adequadas de modo a reduzir e evitar o risco de infecção, em particular nos centros de contacto que continuam em funcionamento”. 

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