Vida nova para o Sporting e os mesmos problemas

“Leões” empatam no Estádio do Bessa na estreia de Leonel Pontes. Num jogo com dois golos de livre directo, Bruno Fernandes marcou e foi expulso.

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LUSA/FERNANDO VELUDO

Há 15 dias, Frederico Varandas, presidente do Sporting, achou que Marcel Keizer era um problema e despediu-o, agradecendo ao holandês os serviços prestados (e as duas taças), mas mostrando-se insatisfeito com o início de época. E achou que Leonel Pontes, o treinador contratado para os sub-23, seria a solução imediata para os problemas da equipa, nomeadamente a fragilidade defensiva e a dificuldade para marcar golos. Na sua estreia no banco, o técnico madeirense mudou muita coisa, mas não resolveu o essencial. Os “leões” saíram do Bessa com um empate (1-1) frente ao Boavista no jogo que encerrou a 5.ª jornada da Liga. Os “axadrezados” continuam sem perder no campeonato e já levam nove pontos, enquanto os “leões” já perderam sete pontos em 15 possíveis, somando oito.

Para o seu primeiro jogo desde que tomou conta da equipa, Leonel Pontes promoveu várias estreias no “onze” sem mudar estruturalmente o que Keizer tinha deixado. Rosier entrou para o lado direito da defesa, Bolasie, um dos reforços do último dia de mercado, foi para o lugar de ponta-de-lança ( Luiz Phellype estava lesionado) e o jovem equatoriano Gonzalo Plata, que só tinha um minuto na equipa principal, foi para uma das alas. Já Luís Neto voltou à titularidade no eixo da defesa devido ao castigo de Coates.

Era este o plano de Pontes para uma deslocação tradicionalmente difícil. O Boavista de Lito Vidigal é uma equipa de combate, que sabe defender, e a forma como se apresentava para o jogo sugeria isso mesmo: uma defesa reforçada que não dava pontos de entrada ao adversário, e sem demasiadas ambições ofensivas. E quando uma equipa construída nestes moldes consegue ficar cedo em vantagem, é um enorme problema para o adversário. 

Numa jogada que parecia banal, Wendel recebeu uma bola perto da sua área e, de forma displicente, passou-a para trás. Um jogador do Boavista estava atento e foi atrás dela, obrigando o brasileiro a fazer falta. O árbitro Jorge Sousa marcou livre e, na conversão, Marlon Xavier, defesa-esquerdo emprestado pelo Fluminense, fez o primeiro do jogo, num remate forte e muito colocado. 

Em vantagem, o Boavista pareceu confortável na sua estratégia defensiva, anulando sempre os débeis esforços ofensivos dos “leões”. O melhor que o Sporting conseguiu fazer nos primeiros 45 minutos aconteceu aos 27’, num passe de Bruno Fernandes para a área que foi ter com Bolasie - o congolês dominou com o peito e rematou na direcção da baliza, mas Bracali foi competente a defender. Eram estes os dois mais inconformados do Sporting, o capitão e o extremo emprestado pelo Everton. 

Chegou o intervalo e estava na frente a equipa que merecia estar. O Boavista marcou na única vez que atirou à baliza e não cometeu erros, ao contrário dos “leões”, a mostrarem muitos dos defeitos que levaram à saída de Keizer. Ao arrepio do que costumava fazer o seu antecessor holandês, Pontes não esperou para mudar. Ao intervalo tirou Borja e apostou em mais uma novidade, o espanhol Jesé Rodriguez, que também não é ponta-de-lança. Mesmo não tendo melhorado muito, pelo menos o Sporting foi-se aproximando da baliza do rival.

E, depois, veio o salvador do costume. Pode estar tudo a desabar no reino do “leão”, mas Bruno Fernandes está sempre disponível para esse papel. Aos 62’, num livre directo, o capitão meteu a bola na baliza, com um ligeiro desvio num defesa boavisteiro pelo meio. Castigado durante todo o jogo, Bruno Fernandes viria a ser vítima do próprio inconformismo, acabando expulso no tempo de compensação depois de ver o segundo amarelo numa falta sobre Obiora. Vai fazer  falta daqui a uma semana quando o Sporting receber, em Alvalade, um invicto líder chamado Famalicão.

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