Futebolistas e dirigentes detidos por alegada manipulação de resultados

Dirigentes e jogadores suspeitos de corrupção em Espanha. O presidente do Huesca, recém-despromovido à segunda liga de futebol espanhol, também foi detido.

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Raúl Bravo, jogador do Real Madrid entre 1997 e 2007, foi um dos detidos LUSA/SALAS

Vários jogadores da primeira e segunda liga espanhola de futebol foram detidos esta terça-feira por suspeitas de terem criado uma organização para manipular os resultados de jogos e obter benefícios em apostas desportivas, noticia a agência EFE.

Um dos detidos, o ex-jogador do Real Madrid Raúl Bravo, seria o cabecilha desta organização criminosa, tendo ainda sido detidos Borja Fernández, do Valladolid (que se retirou do futebol no final desta temporada), Ínigo López, jogador do Deportivo da Corunha, Samuel Saiz, jogador do Getafe, por empréstimo do Leeds, e Carlos Aranda, ex-jogador de várias equipas da primeira divisão.

Também foram detidos pela polícia Agustín Lasaosa, presidente do Huesca, clube no qual alinha o defesa português Luisinho, e Juan Carlos Galindo Lanuza, chefe dos serviços médicos do mesmo clube. As autoridades também estão a considerar este dirigente como outro dos cabecilhas desta organização criminosa. O clube assegura estar “tranquilo”, informou o diário AS.

Todos os detidos são suspeitos de organização criminosa, corrupção e branqueamento de capitais. A operação está a ser desencadeada pela Polícia Nacional espanhola, em cooperação com a LaLiga, Europol e a Direcção-Geral de Controlo do Jogo.

A polícia espanhola começou esta operação desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira, a partir de uma denúncia que, segundo a EFE, foi apresentada em Maio de 2018, sobre a manipulação de resultados de um jogo entre o Huesca e o Nástic, no final da última temporada desportiva, 41.ª jornada da segunda liga espanhola. Há também outros jogos do primeiro e segundo escalão sob investigação.

Federação e Liga espanhola de futebol apoiam investigação

A Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) condenou esa corrupção no desporto e manifestou disponibilidade para colaborar com a polícia, que deteve vários jogadores e dirigentes por suspeita de manipulação de resultados.

Ana Muñoz, vice-presidente da RFEF, ofereceu “total colaboração à polícia nacional espanhola”, que durante a manhã deteve vários jogadores da primeira e segunda liga espanhola, suspeitos de terem criado uma organização para manipular os resultados de jogos e obter benefícios em apostas.

A vice-presidente do organismo que gere o futebol espanhol destacou o “trabalho magnífico” que a Unidade de Delinquência Especializada e Violenta “está a desenvolver em áreas como a corrupção no desporto e o branqueamento de capitais”.

O presidente da Liga espanhola, Javier Tebas, lembrou que a investigação policial hoje iniciada resulta de uma queixa do organismo que lidera e que é responsável pelas competições profissionais de futebol em Espanha. “Trabalhamos nisto há muito tempo, há mais de um ano”, disse Tebas, invocando o sigilo da investigação para não adiantar mais pormenores.

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