Pedro Marques critica “duo Melo/Rangel” e “aquele alemão” que eles apoiam

O cabeça-de-lista do PS às eleições europeias responde a Rangel, dizendo que conhece bem os dossiers e que espera propostas do candidato do PSD, de quem só tem ouvido "dizer mal"

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LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

Pedro Marques acusa Paulo Rangel de só andar a “dizer mal” em vez de apresentar propostas. O socialista respondia assim às declarações do candidato do PSD às eleições europeias que disse este domingo que o candidato do PS deveria estudar melhor as propostas que faz. O cabeça-de-lista do PS atacou os seus adversários, o “duo Melo/Rangel” por terem sido defensores “de um quarto resgate”.

Em causa está sobretudo a proposta do PS de um programa de habitação acessível apoiado por fundos europeus. Rangel disse esta tarde que esse apoio já é possível. Pedro Marques diz que não. Primeiro, começou por dizer que se o debate é sobre esta ideia “é porque ela existe”, reforçando a crítica pelo facto de o PSD ainda não ter apresentado as suas propostas às eleições europeias. Depois, foi ao detalhe. “Os fundos comunitários podem apoiar hoje alguns programas de habitação para classes mais desfavorecidas. O que precisamos hoje e o que o Partido Socialista Europeu propõe é que a elegibilidade desses programas de reabilitação urbana se estenda às classes médias, às famílias jovens”, respondeu quando questionado pelos jornalistas.

Estas críticas de Rangel foram o mote para que Pedro Marques fosse irónico sobre a actuação do seu adversário: “Agradeço de alguma maneira ao dr. Paulo Rangel por, com esse comentário, ter valorizado o facto de o PS ter propostas concretas”, disse.

Rangel tem insistido sobre a ideia que Marques ter recusado um debate nesta altura, o socialista diz que sim, mas mais tarde. “Para já, ou não temos nada para debater, ou talvez estejam interessados em debater o programa do PS, o único que apresentou propostos”, afirmou. “Falta que haja propostas para debater dos outros candidatos e das outras candidaturas, a não ser que tivéssemos essa coisa inovadora, radical que era fazermos um debate apenas em torno do programa do PS. O PS já aceitou debates, já definimos que depois da entrega das listas, vamos realizar debates, mas para debater é preciso debater alguma coisa e da direita, em particular do PSD, só ouvimos dizer mal”.

Esta ideia que do lado da direita, do PSD e do CDS só são produzidas críticas e nenhum discurso novo já tinha sido salientada pelo socialista no discurso que fez na apresentação oficial da lista numa cervejaria em Lisboa. Para os atacar, Pedro Marques já escolheu o argumento: a posição dos dois partidos na altura da crise e agora, o apoio ao candidato do Partido Popular Europeu à Comissão Europeia, Manfred Weber. “O duo Melo/Rangel, os mesmos rostos que quando o Governo estava a lutar para a saída do Procedimento por Défice Excessivo, estava Melo e Rangel a dizer que Portugal precisava de um quarto resgate”, disse, acrescentando: “Não se lembraram de candidatar mais ninguém que Weber, esse alemão que defendeu sanções em especial para Portugal?”, recordou. “Nós defendemos progresso, a direita está a defender retrocesso”, reforçou.

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