Benfica vai à Croácia e terá croatas a apoiá-lo

Dínamo Zagreb e Benfica defrontam-se nesta quinta-feira, na Croácia, em jogo da primeira mão dos oitavos-de-final da Liga Europa.

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Benfica treinou em Zagreb. LUSA/ANTONIO BAT

O Benfica procura reatar, nesta quinta-feira, frente ao Dínamo Zagreb,​ uma “amizade” antiga com a Liga Europa. Nesta década, os “encarnados” somam uma meia-final e duas finais perdidas, em três presenças, façanha que procuram repetir no regresso a esta competição, cinco anos depois. O primeiro passo é trazer para Lisboa um resultado que comece a “empurrar” o Dínamo para fora da prova.

Na procura desta “amizade” com a Liga Europa, os portugueses terão muitos amigos croatas a apoiar, já que o grande rival do Dínamo, o Hajduk Split, é um clube com uma estreita ligação ao Benfica. A história é simples: em 1994, depois de um jogo na Croácia, frente ao Hajduk, três adeptos da claque do Benfica faleceram na viagem de regresso. Desde aí, as claques de Hajduk e Benfica trocam apoio, fazem homenagens e marcam presença nos estádios uma da outra. Os adeptos do Hajduk já prometeram dar, nesta quinta-feira, em Zagreb, um forte apoio ao Benfica. Serão croatas ao lado… dos portugueses.

Atacar pela esquerda e “matar” em contra-ataque

Mas nem todos os croatas torcem pelos “encarnados”. Do lado do Dínamo, passando ao plano futebolístico, haverá uma equipa que, estatisticamente, é a que mais canaliza ataques pelo corredor esquerdo (quase metade) nesta Liga Europa. Isto ganha maior significado considerando que Bruno Lage optou por não levar Pizzi e André Almeida a Zagreb, tendo de chamar uma ala direita totalmente nova: provavelmente, teremos Corchia e Zivkovic – ambos com pouca rodagem – contra o frutífero corredor “canhoto” do Dínamo.

Como dado adicional, importa dizer que este Dínamo é, ao contrário do Benfica, uma equipa pouco dada a domínio através da posse (mesmo a jogar em casa, têm, em média, menos de 50% de posse de bola). Este dado entronca no facto de serem, a par de Eintracht e Zenit, a equipa mais concretizadora da Liga Europa em lances de contra-ataque.

Não se pense, no entanto, que é uma equipa mais dada a pragmatismo e precauções do que à procura do golo: a jogar em casa, é das equipas mais concretizadoras em prova, depois dos quatro golos ao Fenerbahce e dos três ao Trnava e ao Plzen. A nível individual, os croatas têm o jovem espanhol Dani Olmo como maior perigo – tem sido associado a Real Madrid e Barcelona –, sendo que a “sociedade” Orsic (ala) e Petkovic (avançado) já rendeu dois golos na Liga Europa, ambos finalizados pelo ala.

Na antevisão da partida, Bruno Lage falou de um adversário que gosta de explorar transições. “Fez uma fase de grupos exemplar e a eliminatória anterior foi muito bem jogada. É uma equipa que gosta de jogar bom futebol ofensivo, de transição", detalhou, abordando ainda a chamada do jovem Nuno Santos: “As oportunidades ainda não chegaram a todos como merecem".

Do outro lado, o treinador é Nenad Bjelica, croata que, como jogador, esteve presente no Euro 2004. Na antevisão do jogo, Bjelica voltou a abordar a força do Benfica, depois de ter falado de um “gigante europeu” por altura do sorteio. “O Benfica é o favorito para passar a eliminatória, mas acredito que temos hipóteses”, disse, garantindo que não vai alterar a táctica habitual.

Por fim, e como curiosidade, portugueses e croatas que não esperem um árbitro inglês a apitar “à inglesa”. Michael Oliver é o escolhido, mas o inglês é, entre os árbitros com pelo menos três jogos apitados na Europa, aquele que mais faltas apita (30 por jogo) e o segundo que mais cartões amarelos mostra (seis por jogo). Este dado poderá ser particularmente útil para uns croatas que são a terceira equipa em prova com mais faltas cometidas.

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