Irão Djokovic, Nadal e Federer continuar a dominar em 2019?

Qualidade dos jovens rivais é inegável mas ainda lhes falta consistência nos Grand Slams.

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Novak Djokovic Reuters/SUHAIB SALEM

O ano terminou com Novak Djokovic, Rafael Nadal e Roger Federer no topo, o que não acontecia desde 2014, mas os dois derradeiros torneios mais importantes da época foram ganhos por Karen Khachanov e Alexander Zverev, respectivamente, de 22 e 21 anos. Terá sido um sinal de que o domínio do "Big 3", que dura há 10 anos, está em perigo ou será que os vencedores dos Grand Slams dos últimos dois anos, todos trintões, vão continuar a adiar a renovação?

“Não sou impaciente, mas claro que já é tempo de um de nós, finalmente, ganhar um título do Grand Slam. Federer, Nadal e Djokovic são alguns dos melhores tenistas de sempre; é um grande prazer para nós, mais novos, podermos competir com eles, porque iremos continuar a jogar quando eles já não estiverem no circuito, mas, a certa altura, haverá um render da guarda. Tenho a certeza que, no próximo ou dentro de dois anos o mais tardar, alguém que não eles, vai vencer um torneio do Grand Slam”, afirmou Dominic Thiem, o mais antigo da nova geração. O austríaco de 25 anos chegou ao "top-10" em meados de 2016 e este ano estreou-se numa final de um major, em Roland Garros, cedendo apenas a Nadal e acabando a época no oitavo lugar do ranking ATP.

A verdade é desde o primeiro major conquistado por Federer, há 15 anos, em Wimbledon, o "Big 3" triunfou em 51 dos 62 torneios do Grand Slam – ou 57, se a eles juntarmos Andy Murray (31 anos) e Stan Wawrinka (33 anos). Dos outros cinco, três (Andy Roddick, Gaston Gaudio e Marat Safin) já se retiraram, mantendo-se no activo Juan Martin Del Potro e Marin Cilic, ambos de 30 anos. E os dois estreantes desta última edição das ATP Finals, que reuniu os oitos melhores, são trintões: John Isner (33) e Kevin Anderson (32).

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“Temos sido muito consistentes durante muito tempo. A geração anterior, provavelmente, não foi tão boa, mas agora sim, temos uma nova geração que é muito boa, sinto que é apenas uma questão de tempo. Zverev, Thiem, Tsitsipas, Shapovalov, Khachanov, Rublev, Kyrgios, De Minaur, todos eles são muito bons”, reconheceu Nadal em recente entrevista à CNN.

O espanhol de 32 anos foi o último teenager a conquistar um major: Junho de 2005, 13 anos depois, voltou a Roland Garros para somar um 11.º título em Roland Garros, 13.º do Grand Slam. Curiosamente, este foi o ano em que perdeu o menor número de encontros (quatro), embora tenha realizado apenas 49 encontros, devido a lesões, que o obrigaram a abandonar os primeiro (Open da Austrália) e último (US Open) encontros da época. Além de Marin Cilic (6.º) em Melbourne, e Juan Martin Del Potro (3.º), em Nova Iorque, as outras derrotas surgiram diante de adversários do "top-10": Dominic Thiem e Djokovic. Em 2018, Nadal conquistou cinco títulos, quatro dos quais entre Abril e Junho, na época de terra batida, onde continua a ser o derradeiro adversário a ultrapassar.

Novak Djokovic, um ano mais novo, esteve fora do "top-20" no início de Julho, mas sem pontos para defender a partir daí, devido à lesão no cotovelo que o retirou do circuito 12 meses antes. Mas desde que pisou a relva, perdeu somente quatro encontros – os dois últimos, no Masters 1000 de Paris, diante de Khachanov, e ATP Finals, frente a Zverev – e conquistou quatro dos sete torneios que realizou: Wimbledon, US Open e dois Masters 1000.

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Federer foi o único do "Big 3" que não conseguiu vencer os outros dois rivais. Com um calendário de torneios mais reduzido, à medida dos seus 37 anos, o suíço terminou com 10 derrotas em 58 encontros, mas com quatro títulos, com destaque para o Open da Austrália, o seu 23.º título do Grand Slam, que defenderá em Melbourne, a partir de dia 14. Comum aos três está a motivação, que continua a ser o grande motor que os mantém na frente.

É nos Grand Slams onde se joga à melhor de cinco sets, que se sente a maior diferença entre gerações. Além de Thiem, também Zverev se destacou neste particular. O alemão chegou ao "top-10" em Julho de 2017, mas só este ano, e por uma única vez na carreira, ganhou quatro encontros num Grand Slam, chegando aos quartos-de-final em Roland Garros. Conquistou ainda o primeiro Masters 1000, em Roma, e terminou a época com o seu maior título, nas ATP Finals, derrotando Djokovic na final.

Khachanov surpreendeu em Paris ao derrotar quatro dos 10 melhores do mundo numa só semana e conquistar igualmente o primeiro título Masters 1000, após vencer também o líder do ranking no derradeiro encontro e está às portas do "top-10".

Borna Coric (22 anos), que conquistou a Taça Davis para a Croácia ao lado do veterano Cilic, Stefanos Tsitsipas (20 anos), vencedor da NextGen ATP Finals, ou Nick Kyrgios (23 anos), que continua sem confirmar os quartos-de-final em Wimbledon em 2014, são outros nomes que arriscam ir mais longe.

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