Vitória foi o primeiro a parar o "Keizerball"

"Leões" pederam em Guimarães e foram ultrapassados pelo Benfica no segundo lugar do campeonato.

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LUSA/JOSE COELHO

O V. Guimarães conseguiu fazer aquilo que mais ninguém conseguiu. Os minhotos foram os primeiros a derrubar o Sporting de Marcel Keizer, triunfando no D. Afonso Henriques por 1-0. Luís Castro misturou o antídoto perfeito para a fúria goleadora dos “leões”, que chegaram a Guimarães com 30 golos nos últimos sete jogos mas que, pela primeira vez, ficaram a zero desde que o holandês chegou. O Sporting perdeu em dia de vitórias de FC Porto e Benfica e, por isso, ficou mais longe do primeiro lugar e desceu para terceiro; o Vitória manteve o seu excelente momento e vai entrar em 2019 mas perto do rival do Minho.

Foi um triunfo por números mínimos, o suficiente para o Vitória ficar com os três pontos, mas que não faz muita justiça ao domínio que os homens de Luís Castro tiveram durante quase todo o jogo, quase sempre no sítio certo a pressionar e impedir a circulação de bola rápida e em progressão que tem sido a imagem de marca do Sporting. Provocaram mais vezes o erro do adversário e tiveram o mérito de aguentar nas poucas vezes que o Sporting atacou com propósito e rapidez. Não fosse Renan Ribeiro a fechar a baliza e os números podiam ter sido outros.

O Vitória foi a equipa mais perigosa logo nos primeiros minutos, pressionante na conquista da bola e rápida na sua condução rumo à baliza adversária, e justificou plenamente o lance feliz que resultou no único golo do jogo, aos 26’. Na sequência de um alívio de Mathieu após um canto vimaranense, Tozé recolheu a bola bem longe da área, encheu-se de fé e rematou. A bola raspou em dois jogadores do Sporting e mudou de trajectória o suficiente para enganar Renan.

Estar a perder não era nada de novo para o “Keizerball”, a tal filosofia futebolística que tem como um dos princípios preferir ganhar por 4-3 do que por 1-0. De todas as vezes que tinha estado a perder (contra Desp. Aves e Nacional), o Sporting tinha emergido triunfante e goleador e a primeira reacção tinha sempre acontecido na primeira parte. Mas, pela primeira vez desde que Keizer chegou, os “leões” foram para o intervalo sem marcar. Na segunda parte, entraria Raphinha, que não jogava desde Outubro, para o lugar de Jovane, menos confortável como titular do que como suplente utilizado.

Durante os primeiros minutos da segunda parte, o Sporting pareceu perto de encaminhar mais uma reviravolta. Ola John ainda ameaçou elevar para 2-0 quase no reatamento, mas Renan defendeu com competência. Na resposta, Miguel Luís conduziu o contra-ataque “leonino”, meteu em Raphinha e o brasileiro ex-Vitória disparou para uma bela defesa de Douglas, um raro momento de lucidez atacante no meio da desinspiração de homens que têm estado inspirados. Bas Dost, Bruno Fernandes e Diaby pouco se viram.

Depois, praticamente só deu Vitória. Douglas lançou Guedes em profundidade, Renan fez falta que daria expulsão (se fosse fora da área) ou penálti e amarelo (se fosse, como era o caso, dentro), mas, após revisão do videoárbitro (VAR), o árbitro assinalou fora-de-jogo de Guedes e anulou o lance.

Renan e o poste (um cabeceamento de Pedro Henrique aos 74’) foram mantendo o resultado na diferença mínima e os homens que Keizer foi lançando para o jogo (Mané e Petrovic) pouco fizeram para evitar a derrota. O holandês bem tinha dito que este dia ia chegar. O segredo está em que dias destes não aconteçam muitas vezes.

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