Sporting ficou à espera da sorte contra o Arsenal em vez de a procurar

“Leões” aguentaram mais de meio jogo, mas acabaram por perder frente aos "gunners"em Alvalade, em jogo a contar para a Liga Europa.

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Um momento do jogo entre o Sporting e o Arsenal LUSA/ANTONIO COTRIM

Sporting e Arsenal não são assim tão diferentes como isso. São clubes com grande e longa história em processo de reconstrução e à procura de sair da sombra de adversários mais vitoriosos. Mas isto é verdade na medida das respectivas realidades. E isso ficou bem claro no confronto desta quinta-feira, em Alvalade, a contar para a terceira jornada da Liga Europa. Eram estratégias semelhantes e o jogo até foi repartido, mas ganhou quem cometeu menos erros, teve mais pernas, mais paciência e mais qualidade. Os “gunners” saíram de Lisboa com um triunfo pela margem mínima (0-1), o suficiente para os deixar sozinhos no comando do Grupo E, e os “leões” com uma sensação de impotência perante um adversário que foi objectivamente melhor e que levou de Alvalade a sua 11.ª vitória consecutiva.

Se o Sporting tivesse conseguido segurar o empate até ao fim seria, sem dúvida, um empate com sabor a vitória, mas um erro de Coates aos 77’ ditou esta derrota com sabor a derrota, a primeira nesta fase de grupos. O golo de Welbeck que resultou do falhanço do uruguaio (um mau domínio de bola) acabou por marcar um jogo em que o Sporting tentou ser de contenção, pressão e contra-ataque. Durante a primeira parte teve energia para o fazer, mas ficou sem fôlego na segunda e isso teve consequências. A contenção acabou por perder a batalha contra a criatividade, em abundância no Arsenal e em défice no Sporting. José Peseiro levou demasiado tempo a desfazer aquele trio de combate no meio-campo (Petrovic, Gudelj e Battaglia) e sofreu com isso.

Os primeiros 45 minutos foram o melhor período dos “leões” no jogo, com muita pressão alta e antecipações constantes a criarem várias situações de ataque em transição. Só que havia pouca gente para atacar a baliza de Leno. O maior perigo vinha do flanco esquerdo e de Acuña, a mostrar raça e velocidade. Logo aos 7’, o internacional argentino rompeu até à grande área, mas tinha poucas linhas de passe e a jogada perdeu-se. Aos 16’, uma boa jogada de contra-ataque terminou num remate de pouco perigo de Bruno Fernandes, e, aos 31’, Nani teve um bom remate de fora da área que passou perto da baliza do Arsenal.

Logo a seguir, o Sporting teve razões de queixa da arbitragem. Montero foi lançado em profundidade, ganhou a frente a Sokratis e, sem mais ninguém entre ele e a baliza a não ser Leno, foi derrubado pelo grego. Era uma falta a merecer a expulsão do homem do Arsenal que o esloveno Damir Skomina entendeu ser um contacto legal.

Seguiu o jogo e o Sporting continuou a mostrar-se tranquilo perante o jogo a meio-gás dos homens de Unai Emery, o basco que substituiu Arsène Wenger após 22 anos de consulado do francês.

Depois de forçado a uma substituição em cima do intervalo (Bruno Gaspar no lugar do lesionado Ristovski), o Sporting entrou no segundo tempo com a mesma disposição, mas com menos frescura. A equipa foi recuando e o Arsenal foi tendo cada vez mais espaço para jogar, com o jovem francês Guendouzi a assumir o controlo das operações – e nem sequer tinha a companhia de Ozil e Torreira, habituais titulares no meio-campo dos “gunners”.

Aos 47’, o Sporting ainda teve um sinal de vida no ataque, com um cabeceamento perigoso de Montero após livre de Nani, mas foi o melhor que os “leões” conseguiram fazer na segunda parte.

O recuo “leonino” funcionou como um convite para os “gunners” se instalarem naquela zona do terreno e de lá não saíram enquanto não marcaram. Até ao golo de Welbeck foram várias as oportunidades do Arsenal, às quais Renan Ribeiro foi respondendo como podia. Mas o guarda-redes brasileiro dos “leões” ficou sem resposta quando viu Welbeck (que talvez esteja em fora-de-jogo, mas não é claro) cavalgar na sua direcção após o disparate de Coates.

Já estava Jovane em campo e ainda entraria Diaby aos 85’, mas o Sporting não teve grande engenho para, pelo menos, chegar ao empate, nem nos últimos minutos conseguiu fazer um remate que fosse enquadrado com a baliza do Arsenal.

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