Avaliação individual: Ronaldo a olhar lá de cima

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Murad Sezer/Reuters

Rui Patrício (6)

Um jogo ingrato para Rui Patrício, que travou os remates que estavam ao seu alcance e nada pôde fazer nos lances dos golos. Curiosamente, esteve mais activo no jogo com os pés, quando Portugal circulava a bola por trás, do que propriamente entre os postes. E nesse capítulo foi sempre francamente pragmático.
Minutos 90 Faltas sofridas 0 Faltas cometidas 0

Cédric (6)

Teve uma missão espinhosa, já que Espanha apostou todas as fichas nas incursões pelo seu corredor. Defensivamente, foi surpreendido um par de vezes e ofensivamente raramente teve oportunidade de subir. Mas quando o fez arrancou um cruzamento teleguiado para Ronaldo, que ia resultando em golo.
Minutos 90 Faltas sofridas 0 Faltas cometidas 1

Pepe (7)

Foi praticamente irrepreensível no seu raio de acção, ganhando muitos duelos aéreos e impedindo Diego Costa de receber a bola entre linhas nas melhores condições. No lance do primeiro golo espanhol, foi atingido na zona do pescoço pelo avançado hispano-brasileiro e ficou por terra. Foi, de resto, a única vez em que o vimos no chão.
Minutos 90 Faltas sofridas 0 Faltas cometidas 3

José Fonte (6)

Passou um mau bocado quando Espanha assumiu de vez o comando do jogo e conseguiu circular a bola à frente da área portuguesa. No capítulo do passe, foi o menos competente do quarteto defensivo nacional, sempre mais preocupado em afastar a bola do que em promover uma ligação para uma saída para o ataque.
Minutos 90 Faltas sofridas 0 Faltas cometidas 0

Raphael Guerreiro (6)

Por força da qualidade do adversário, nem sempre conseguiu mostrar a qualidade ofensiva que se lhe reconhece. Competente a defender, travou muitas das iniciativas de Nacho e David Silva e, quando saiu a a jogar, fê-lo sempre com critério, ora dentro, ora fora. Veremos seguramente a sua melhor versão nos embates com o Irão e Marrocos, assim seja chamado a depor.
Minutos 90 Faltas sofridas 0 Faltas cometidas 0

William Carvalho (7)

Adoptou um posicionamento bem mais ousado do que é hábito, com o intuito de procurar impedir que Busquets recebesse a bola em condições, no meio-campo defensivo espanhol. Sempre que o conseguiu fazer, Portugal respirou melhor, mas à medida que a equipa foi baixando metros no terreno as dificuldades cresceram. Correu quilómetros atrás da bola, mas quando a teve nos pés foi eficaz. Como sempre.
Minutos 90 Faltas sofridas 0 Faltas cometidas 1

João Moutinho (7)

Foi incansável na tarefa de apagar fogos e cortar linhas de passe para evitar que Espanha construísse através do corredor central. Não recuperou tantas bolas como é habitual — e também não foi tão influente na construção a partir de zonas recuadas — porque o adversário domina a arte de não partilhar a bola. Raramente teve oportunidade de chegar a zonas de criação.
Minutos 90 Faltas sofridas 1 Faltas cometidas 1

Bruno Fernandes (5)

Enquanto Portugal ainda teve alguma (mesmo que pouca) bola, mostrou alguns dos atributos que o projectaram para a titularidade. Critério no passe, visão de jogo (facilmente perceptível num lance de contragolpe em que deixou Ronaldo em boa posição para finalizar) e capacidade para virar o centro do jogo. Com o crescimento espanhol, foi acumulando quilómetros nas pernas e perdendo protagonismo. Acabou substituído a pouco mais de 20 minutos do final.
Minutos 68 Remates 1 Faltas cometidas 1

Bernardo Silva (5)

Infelizmente para Portugal, foi quase um desaparecido em combate, muito por mérito da organização defensiva espanhola, que teve em Jordi Alba, Koke e Isco três “vigilantes” permanentes. Se um dos contra-ataques engatados na primeira parte tivesse passado pelo seus pés, a história poderia ter sido outra. Solidário a defender, foi forçado pelo rival a expressar-se em zonas que não são o seu habitat natural.
Minutos 69 Passes certos 81% Faltas cometidas 1

Gonçalo Guedes (6)

Era determinante para atacar a profundidade se o jogo a isso convidasse e acabou por ter duas ocasiões soberanas para o fazer, no primeiro tempo. Na primeira decidiu mal e perdeu o duelo com Sergio Ramos, na segunda demorou a reagir a uma assistência de Ronaldo e perdeu espaço para a finalização. Desgastou-se muito na pressão e acabou substituído, quando Portugal precisou de activar um futebol mais directo.
Minutos 80 Remates 1 Faltas sofridas 2

Cristiano Ronaldo (10)

Encontrar palavras para adjectivar Cristiano Ronaldo é quase tão difícil como marcar em campo o avançado português. O rendimento é de outra galáxia e a sua influência no jogo colectivo da selecção é hoje mais evidente do que era há uns anos. Todos os feitos estatísticos que a exibição desta sexta-feira proporcionou surgem nas páginas seguintes, mas há algo que os números não traduzem — a inteligência na ocupação de espaços e na tomada de decisão.

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Diante de um grupo de opositores que o conhece com profundidade, Ronaldo provou (pela enésima vez) que é indomável. Começou por ganhar uma grande penalidade, que haveria de converter com a mestria do costume. Mais tarde, arrastou o lateral baixando no terreno e abriu espaço para a ruptura de Gonçalo Guedes num lance perfeito de transição ofensiva. Pouco depois, desmarcou-se pela esquerda e ofereceu, de bandeja e já na área, o golo ao colega do Valência. Isto antes de assinar o 2-1 com um remate de fora da área tão espontâneo quanto feliz.

No segundo tempo, sofreu com a equipa pela ausência da posse de bola mas manteve sempre Sergio Ramos e Piqué em sentido. E quando foi carregado à entrada da área espanhola já com o cronómetro em contagem decrescente, percebeu-se que o dia era dele. Livre directo, pontapé ondulante, poesia em movimento. Três golos num só jogo de um Mundial, nada menos do que metade do total que apresenta na competição. É preciso dizer mais?
Minutos 90 Passes 36 Remates 4 Faltas sofridas 4 Toques na bola 52

João Mário (6)

Entrou para o lugar de Bruno Fernandes e para desempenhar justamente o mesmo papel, no flanco esquerdo do 4x4x2 nacional. Nos últimos minutos, já depois de Portugal ter chegado ao empate, ainda arrancou um cruzamento que deixou Ronaldo em boa posição para marcar. A sua polivalência e clarividência com bola são uma mais-valia.
Minutos 22 Passes 11 Faltas cometidas 1

Quaresma (7)

É um artista para os grandes jogos e, nos 21 minutos em que esteve em campo, complicou a vida a Jordi Alba com alguns dribles e cruzamentos e ainda encontrou espaço para ensaiar uma das famosas trivelas. Saiu por cima da barra, no caso, mas a capacidade para abrir cadeados continua intacta.
Minutos 21 Passes 7 Remates 2 Faltas sofridas 1

André Silva (5)

Dez minutos em campo, com o objectivo de oferecer uma referência na área para jogo longo e cruzamentos. Era já o tudo ou nada de Portugal, mas o avançado do AC Milan não teve hipótese para se mostrar.
Minutos 10 Passes 4 Remates 0 Faltas sofridas 0

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