Fernando Santos não precisa de soltar os cães para afastar os demónios

Campeão europeu avança sem Ronaldo e sem receio para o “crash test” de Bruxelas, frente a “um adversário fantástico”.

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Fernando Santos falou esta sexta-feira aos jornalistas na Cidade do Futebol, em Oeiras LUSA/JOSE SENA GOULãO

A selecção nacional tem neste sábado (19h45, RTP1) o teste teoricamente mais exigente antes do Mundial da Rússia, defrontando a Bélgica, em Bruxelas, numa altura conturbada que Fernando Santos procurou aplacar com um discurso libertador, traduzindo uma ideia de imunidade e coragem capaz de rebater as ondas de choque provocadas pela interminável crise no Sporting. 

Um panorama incómodo que não afasta a ameaça de poder vir a comprometer o desempenho de alguns mundialistas, nomeadamente do guarda-redes Rui Patrício, quando ainda se aguarda pela chegada de Cristiano Ronaldo e se sabe já que Adrien Silva fica em “terra” a recuperar de problemas físicos.

O seleccionador garante que as polémicas que gravitam incessantemente em torno dos jogadores do Sporting ainda não se reflectiram nos treinos, refutando qualquer cenário de receio. “Não temo nada. Se temesse... tenho quatro cães, dois em Lisboa, dois no Alentejo, e acabava-se o medo”, afirmou.

Apesar das tentativas do seleccionador, a notícia da rescisão unilateral de Rui Patrício com o Sporting, um tema que Fernando Santos prometera deixar à porta da Cidade do Futebol, dominou a actualidade ao ponto de transformar as férias de Cristiano Ronaldo, em Marbella, num assunto de menor relevância. Fernando Santos resume a questão de uma forma simples, alegando que não tem mantido contacto com o melhor do mundo, esperando que Cristiano recupere das sensações fortes de mais uma final da Liga dos Campeões e se apresente no seu melhor já na segunda-feira… especialmente após um controverso final de época em Madrid.

Depois de contextualizar a ausência de Adrien Silva (aconselhado pelos médicos a fazer tratamento e a evitar a viagem à Bélgica), Fernando Santos centrou-se no jogo com os “diabos vermelhos”, selecção recheada de “jogadores fantásticos”, como Eden Hazard, Romelu Lukaku, Fellaini e Kevin De Bruyne, para enumerar as principais referências. “É uma equipa muito forte em termos ofensivos. Um adversário poderoso, que prescindiu de jogadores de alto nível”, notou, sem precisar sequer de referir o nome de Radja Nainggolan, titular na Roma e preterido por Roberto Martínez. 

“Vai ser um excelente teste”, preconiza o seleccionador português, que destaca a coincidência de os belgas privilegiarem uma defesa com três centrais, a exemplo do “dispositivo” utilizado por Marrocos, adversário de Portugal no Grupo B.

A Bélgica, eliminada pelo País de Gales nos “quartos” do Euro 2016, não perde desde Setembro desse ano (derrota em “particular” com Espanha), o que reforça a ideia manifestada por Fernando Santos. Invencibilidade premiada com a promoção ao terceiro lugar do ranking, em Maio, posição que perdera 20 meses antes. 

Mas os belgas foram vítimas de uma revelação caricata, com a identidade dos 23 finalistas (em 28 possíveis) desvendada por uma reportagem que mostra os colchões com os nomes dos mundialistas discriminados e devidamente etiquetados. 

 

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