As figuras do título

Há muito por onde distribuir os créditos quando se olha para o novo campeão, mas há jogadores que acabaram por sobressair e dar um rosto mais visível a um triunfo colectivo.

Marega
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Marega LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO
Herrera
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Herrera LUSA/MANUEL DE ALMEIDA
Brahimi
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Brahimi LUSA/MANUEL ARAÚJO
Alex Telles
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Alex Telles LUSA/MANUEL DE ALMEIDA
Felipe
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Felipe LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Felipe (2610m/3 golos)

Chegou a Portugal há duas épocas e pegou de estaca. Com Sérgio Conceição, o bloco do FC Porto subiu uns metros e, com essa nuance do modelo de jogo, subiu também o nível de exigência para o quarteto defensivo. Foi muito graças à capacidade de Felipe de ganhar duelos individuais e de antecipar as movimentações dos adversários que os “dragões” controlaram quase sempre com competência um dos riscos que a sua ideia de jogo comportava: a defesa da profundidade. A estes predicados, o central brasileiro soma um jogo aéreo de respeito, determinante nas bolas paradas defensivas e muito útil nas ofensivas.

Alex Telles (2462m/3 golos)

Uma dúzia de assistências para golo é quanto Alex Telles tem para mostrar no cartão de visita 2017-18. E falamos apenas do campeonato. Com uma vocação ofensiva indisfarçável, o lateral esquerdo foi fundamental para criar desequilíbrios pelo corredor e cirúrgico na forma como solicitou os colegas através de cruzamentos. Talhado também para as bolas paradas, quase “monopolizou” os passes para golo através de esquemas tácticos, um indicador que baixou nitidamente quando foi forçado a falhar uma mão-cheia de jogos por lesão.

Herrera (2155m/3 golos)

O bombeiro de serviço no meio-campo do FC Porto. Começou a época com os olhos mais postos na baliza adversária, fruto do respaldo defensivo que era garantido por Danilo a toda a equipa, mas, com a lesão do internacional português, foi forçado a “baixar” no terreno. E se os “dragões” pouco oscilaram a partir desse momento muito o devem ao mexicano, incansável na forma como ocupava espaços a defender e recuperava bolas para depois, de pulmão cheio, começar a construir a partir de trás. O golo marcado ao Benfica, pelo timing e pelo simbolismo que teve, acaba por ser um prémio para um jogador que nunca baixa os braços.

Brahimi (2585m/8 golos)

Fantasia, improviso, desequilíbrio. Brahimi é tudo isto e muito mais. Um dos grandes talentos da Liga portuguesa ganhou novo alento nesta época, também fruto da liberdade que lhe foi concedida por Sérgio Conceição. Incisivo na forma como parte para o drible, sempre com a bola colada ao pé, foi talvez o jogador mais difícil de “domar” no campeonato e uma fonte constante de problemas para os adversários. A romper por dentro e por fora, é exímio no um contra um e imprevisível na última acção. A tudo isto, junta um espírito de batalha, bem patente na frase tantas vezes repetida ao árbitro do Feirense-FC Porto, da 16.ª jornada: “Nós vamos ganhar”.

Marega (2230m/22 golos)

O herói improvável. Um poço de trabalho e uma sombra constante para os rivais, na expectativa permanente de aproveitar um deslize para disparar em direcção à baliza. Foi assim, a recuperar a bola em zonas adiantadas, que fez alguns dos 22 golos que apontou. Outros, como o que marcou ao Marítimo, no Funchal, decorrem de um sentido posicional cada vez mais apurado e de uma capacidade invulgar de manter a intensidade durante praticamente toda a partida. É verdade que, pelo caminho, ainda deixou alguns golos por fazer, mas se há jogador que foi muito para além das expectativas e rasgou novos horizontes, esse jogador foi Marega. 

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