Três títulos bastam para ganhar a E3?

Fazendo uma análise da conferência da Sony, podemos ir por dois caminhos. Pelo lado do "marketing" foi extraordinária: o anúncio de "The Last Guardian", do "remake" do "Final Fantasy VII" e de "Shenmue III" vão manter o nome da Sony em alta. Por outro, soube a pouco se formos analisar a intervenção num todo

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The Last Guardian

"The Last Guardian", "remake" do "Final Fantasy VII" e "Shenmue III". E pronto, aqui está o resumo da conferência da Sony. O resto? Foram acessórios duma noite emocionante.

Um pouco antes do início da conferência falava com um colega sobre as expectativas perante o que a Sony poderia mostrar. Depois da energia da Bethesda, Microsoft e Ubisoft, como é que a gigante nipónica ia responder? E posso dizer que nenhum de nós estava a espera disto.

Logo no início, a Sony anunciou o "The Last Guardian", um jogo aguardado pelos fãs desde 2009. A Internet deve ter tido aqui o seu primeiro ataque de coração. Seguiu-se um novo IP, "Horizon: Zero Dawn", que certamente promete. Mas, o melhor estava para vir. O anúncio do "remake" de "Final Fantasy VII" com direito a mais uma paragem cardíaca. Mas, como diria Jorge Perestrelo, “aguenta coração, que ainda não acabou”, porque pouco depois surgiu uma das mais ansiadas confirmações desta E3. Falo naturalmente de "Shenmue III". E pronto, a sala arrebentou, a Internet explodiu, o coração saltou do corpo, e ficamos todos numa espécie de coma. Ainda ninguém estava plenamente consciente se tudo isto era verdade, ou se seria uma alucinação colectiva.

Após isto, nada que a Sony apresentou (bom ou mau) pareceu ter importância. O anúncio destes três títulos mudaram completamente todas as conversas. O novo "Doom", o "Star Wars: Battlefront" e "Ghost Recon: Wildlands" passaram igualmente a ser ignorados.

Fazendo uma análise da conferência, podemos ir por dois caminhos. Pelo lado do "marketing" foi extraordinária, os acima mencionados três títulos foram mais que suficientes e vão manter o nome da Sony em alta. Por outro lado, se formos analisar a intervenção num todo, bem, sinceramente, soube a pouco. Mesmo "Final Fantasy VII" e "Shenmue III" não são exclusivos, sendo que este último ainda é só uma campanha de "crowdfunding" no Kickstarter. Poucos títulos foram anunciados para este ano e muitos só estarão disponível para o próximo. "No Man's Sky" continua a ser desenvolvido (e vai também ter uma versão PC), a PS Vita desapareceu quase completamente do mapa, e o Morpheus é só uma promessa.

Nintendo, mais que um bocejo?

Confesso. Bocejei. Mais que uma vez. Durante a transmissão da suposta conferência da Nintendo, a energia foi fugaz. Foram 51 minutos em que faltou realmente muita coisa.

Começando logo com o "Starfox Zero" foi possível deslumbrar algumas das mecânicas deste título, embora esteja claramente ainda em desenvolvimento. O resto do foco estava em "Super Mario Maker", um título que comemora os 30 anos desde o lançamento do primeiro "Super Mario Bros", oferecendo uma ferramenta de edição de níveis. Talvez daqui a 10/20 anos alguém na indústria possa falar da importância deste título para a sua formação enquanto "game designer". E talvez seja este o trunfo escondido deste jogo.

Quanto ao resto, "The Legend of Zelda: Triforce Heroes" fez lembrar "Four Swords Adventures" na GameCube, "Metroid Prime: Federation Force" não anunciou nada de especial, "Fire Emblem Fates" mostrou pouco, assim como "Mirage Master" e "Xenoblade Chronicles X". "Yoshi Wooly World" já conhecíamos do ano anterior e, por fim, seguiram-se mais títulos da família Mário — "Paper Jam Bros" e "Mario Tennis: Ultra Smash", que parecem ser interessantes, mas não causaram grande expectativa. Mais figuras Amiibo foram igualmente anunciadas, algumas numa parceria com Activision e o seu "Skylanders: Superchargers". E pronto, foi mais ou menos isto. Uma conferência sem chama em que estranhamente um dos melhores títulos da Nintendo para este ano, o "Project Zero: Maiden of Black Water" ficou de fora.

Para o ano, há mais

Embora a E3 continue nos próximos dias e mais anúncios sejam esperados, as principais conferências acabaram. O grande destaque das produtoras de "hardware" foi certamente para a Microsoft e Sony, enquanto do lado das produtoras de software, a Bethesda e a Ubisoft foram as melhores. No lado oposto deste campo ficaram respectivamente a Nintendo e a Electronic Arts.

Agora é altura de descansar e refletir sobre tudo o que foi anunciado. Para o ano, há mais.

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