Os animais de Fukushima não foram esquecidos

A cidade de Fukushima está desabitada há muito tempo. No entanto, muitos animais permaneceram na zona sem qualquer tipo de comida ou ajuda. Matsumura foi à cidade com a ideia de resgatar os seus animais. O desfecho foi outro: acabou por ficar lá a morar

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O desastre nuclear de Fukushima, no Japão, fez com que a cidade ficasse deserta devido ao perigo de contaminação radioactiva. Os residentes evacuaram a cidade rapidamente e ficaram para trás muitos animais abandonados.

Matsmura não obdeceu às ordens do governo e voltou para Fukushima de forma a resgatar o seu cão. Quando chegou, o cenário era pior: descobriu gatos, avestruzes, porcos, patos e outros animais que precisavam de alimento e companhia. Nessa altura, o agricultor decidiu tomar conta de todos os animais que ficaram abandonados e ser o único morador da “cidade fantasma”. Desde 2011, os animais esquecidos pela cidade dependem da ajuda do japonês, já que não podem ser vendidos para consumo. 

Apesar do perigo de radiação a que está sujeito todos os dias e de ter noção dos riscos, não se importa. Aliás, dá mais valor às vidas animais que acaba por salvar e sabe que só vai sentir os efeitos na sua saúde passadas muitas décadas. O “herói” local garante que não vai deixar a cidade e quer que o governo comece a tomar medidas de modo a que esta seja repovoada o mais rapidamente possível.

Conhecido como “guardião de Fukushima”, sobrevive com ajuda de doacções e toda a comida que ingere é importada. Por vezes, há equipas de comunicação social que o visitam mas é raro sair da cidade e só o faz para visitar a família. Não se sente sozinho. Pelo contrário: tem os seus animais como companhia diária.

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