O Técnico anunciou nesta quarta-feira que desiste de participar no campeonato nacional de Sub-23, prova que tem início marcado para o próximo sábado. Num email enviado aos clubes nacionais, os “engenheiros” afirmam que a competição tem uma “competitividade muito reduzida e oscilante” e lamentam que a Federação Portuguesa de Rugby (FPR) não tinha dado resposta a uma proposta apresentada pela equipa das Olaias.

No email enviado aos clubes a que o P3 Râguebi teve acesso, o Técnico afirma que as equipas seniores já são constituídas “na sua maioria” por atletas que ainda são Sub-23 e que “com o actual panorama de exigência da competição sénior e a crescente diáspora de atletas seniores que abandonam a competição por motivos académicos ou profissionais, muitos deles tendo de emigrar para singrar profissionalmente, estes problemas se irão agudizar”.

Para contornar este problema, o Técnico fez chegar à federação, após “um pedido de sugestões feito pela própria FPR”, “propostas no sentido de obviar esta situação”, que passavam por permitir “que os clubes pudessem inscrever equipas B na competição imediatamente abaixo daquela em que participa a sua equipa principal”, mas apesar de os “engenheiros” terem sido “secundados por alguns dos principais clubes”, não receberam qualquer resposta por parte da FPR.

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A formação das Olaias, que defende ainda “que o escalão de sub-18 fosse prolongado para sub-19, o que daria um maior período de maturação a alguns juniores, antes de ingressarem nos seniores”, sublinha que na última época foi “comum assistir a equipas participarem em jogos com reduzido número de jogadores suplentes”, sendo esse um exemplo “que atesta bem a inviabilidade e a precaridade desta competição”.

“Posto isto, e reiterando, lamentamos informar que não reunimos condições para participar no campeonato Sub-23 em termos competitivos, de modo a trazer benefícios desportivos aos nossos atletas, antes pelo contrário, pelo que optamos pela não participação”, conclui o comunicado do Técnico.

Contactado pelo P3 Râguebi, Pedro Lucas, presidente do Técnico, reforçou o lamento por “a FPR não ter ligado ao que ela própria tinha pedido” e vinca a importância das equipas “B”. “Eu não gosto de usar exemplos do futebol para o râguebi, mas neste caso é um bom exemplo e vários treinadores de futebol disseram-me que o nível da II Liga melhorou imenso com o surgimento das equipas B. Há melhores jogos e mais competitividade. Isso aconteceria de certeza no râguebi”, sublinha.

A terminar, o dirigente diz que “este ano vai haver de certeza campeonato de Sub-23”, mas vaticina que “possivelmente será o último”. “Não se percebe qual é o ostracismo em relação aos atletas com mais de 23 anos. No ano passado a prova até começou como Sub-21. Como as equipas não tinha jogadores, passou a Sub-23. Como mesmo assim o problema manteve-se e havia faltas de comparência, acharam que já podiam jogar com três ou quatro até aos 25 anos. Vai-se adaptando sem critério”,conclui.