Facebook e Oculus Rift é mau?

Zuckerberg não está a dormir e sabe que a concorrência, como o Google Glass, o projecto Morpheus da Sony, ou os Smart Watches da Samsung, estão a movimentar-se no mercado

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Assim que foi anunciado a compra da tecnologia do Oculus Rift, quase todo o mundo virtual incendiou-se com comentários sobre o quanto “mau” isto seria. Tudo porque supostamente da aproximação entre o Facebook e o Rift não pode vir nada de “bom”. Mas será mesmo?

Para quem não conhece, o Oculus Rift é uma tecnologia de realidade virtual desenvolvida pelo grande John Carmack (responsável pela revolução dos jogos de computador nos anos 90, e co-autor de Commander Keen, Wolfenstein 3D, Doom, Quake, Rage, entre muitos outros). Carmack é sem dúvida nenhuma uma das maiores figuras da indústria dos videojogos, e igualmente conhecido pelos seus esforços em desenvolver tecnologias de exploração espacial (a NASA já lhe atribuiu vários prémios às suas descobertas inovadoras).

Há pouco tempo, Carmack decidiu apostar na realidade virtual, e juntamente com alguns colegas produziram o projecto Oculus Rift. Uma espécie de óculos de realidade virtual, que tem sido demonstrado em vários locais desde 2012. Todos parecem concordar que os óculos oferecerm uma enorme experiência de imersão. Não é segredo nenhum que Carmack andava a procura de um investidor para produzir em massa o projecto e alcançar outras possibilidades sem ser jogos.

Esta terça-feira foi anunciado por Mark Zuckerberg, dono da plataforma Facebook, a compra da tecnologia e o mundo virtual manifestou-se agressivamente. Pelos vistos, já sabem todos o que vai sair dali, desde “anúncios patéticos” até novas formas de ver o status no Facebook. Sinceramente, acho que Zuckerberg explicou bem no seu comunicado as suas intenções. Ele não está a dormir e sabe que a concorrência, como o Google Glass, o projecto Morpheus da Sony, ou os Smart Watches da Samsung, estão a movimentar-se no mercado. Simplesmente ele reagiu com a melhor tecnologia que estava aberta para venda.

Claro que vai existir um investimento inicial em jogos, mas julgo que não será essa a sua intenção principal, afinal, até agora, em termos de jogos, o Facebook tem mais usado por “third-party”, do que pela própria empresa. Segundo o comentário de Zuckerberg, ou pseudo “press release”, a tecnologia será também usada para desfrutar duma experiência interactiva, seja por estudantes nas aulas, ou consultar outro tipo de serviços online. Sinceramente, isto tudo só significa que continua a expansão dos serviços Facebook, e evidentemente não fica por aqui. Por enquanto vou esperar para ver. Afinal um nome como Carmack sabe perfeitamente o que pretende do seu “bebé”, e (acho que) não vai deixa-lo cair para usos banais.

Na minha opinião, mais do que a tecnologia, o maior trunfo nesta aquisição foi o próprio Carmack. Uma das mentes mais brilhantes dos últimos 25 anos e que graças a este investimento, já tem fundos suficientes para a sua próxima grande inovação, e... provavelmente vai ficar nas mãos de Zuckerberg!

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