Diz não ao Candy Crush

Candy Crush —se não sabes do que se trata, pára imediatamente de ler esta crónica e, aconteça o que acontecer, nunca cliques em notificações ou anúncios que digam respeito a este jogo

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Sweet! Tasty! Delicious! Divine! Sugar Crush! Numa altura em que o Facebook completa dez anos de existência, chegou a altura de zelar pela saúde pública e alertar para um flagelo que assombra os dias de muitos utilizadores da rede social: o Candy Crush. Se não sabes do que se trata, pára imediatamente de ler esta crónica e, aconteça o que acontecer, nunca cliques em notificações ou anúncios que digam respeito a este jogo. Não te esqueças que a curiosidade matou o gato.

O objectivo do jogo mais popular de sempre da história do Facebook é apenas e somente juntar os doces que são da mesma cor. Contudo, pelo caminho existem obstáculos nos quais se gastam milhares de horas e, segundo dados recentes, milhões de euros na compra de “ajudas” para completar os níveis. O sucessor do Tetris rende aproximadamente 600 mil euros por dia e utiliza uma técnica psicológica que pretende estimular o vício dos jogadores. Os resultados estão à vista de todos.

O logro estratégico do Candy Crush rege-se pela existência de uma tarefa por resolver que fica entranhada no encéfalo de quem joga. Cada nível é uma nova tarefa que o jogador se predispõe a resolver, ou seja, quando não consegue ultrapassar um determinado patamar do jogo, esse falhanço irá ecoar na sua mente durante todo o dia, quer esteja a estudar, a masturbar-se ou a tentar dormir. O que a empresa King faz é fornecer cinco oportunidades ao jogador para conseguir avançar, sendo que após suprimidas estas cinco “vidas”, será necessário esperar meia hora para poder voltar a jogar. Há todo um processo monocórdico de jogar-esperar-jogar-esperar.

O facto de o Candy Crush estar hospedado no Facebook também contribui em muito para esta corrente viciante que o jogo tem propagado. O prémio subordinado à passagem dos níveis é apenas a satisfação pessoal, mas isto não impede que milhares de pessoas passem literalmente a vida a juntar pecinhas da mesma cor. Os casos insólitos relacionados com o jogo das guloseimas sucedem-se: desde um médico brasileiro que deixou um paciente morrer por alegadamente estar preso no nível 66, passando por uma mulher que gastava 200 euros por mês em “vidas” para o jogo, são muitas as peripécias associadas ao novo vício dos “facebookianos”.

Embora tudo isto tenha um tom de piada, a verdade é que existem já clínicas de reabilitação de Candy Crush. Os problemas focam-se no adiamento de tarefas do quotidiano, insónias e perda de concentração. Numa altura em que grande parte do tempo passado na internet é gasto no facebook, este pode ser um problema mais viral do que muitos pensam. Por isso repito: mantenham-se longe do maldito jogo! Quanto a mim, tenho o nível 349 para passar…

PS: A escrita desta crónica foi interrompida variadíssimas vezes por diversas partidinhas de Candy Crush. Seja responsável, jogue com moderação.

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