Calçada portuguesa em placas para exportar para todo o mundo

Exportar calçada portuguesa não é tarefa fácil? Não era, dizem os criadores do Calx, um produto que faz calçada de forma "standardizada", mais barata e mais fácil de aplicar. Chega ao mercado em 2013

É calçada portuguesa, mas mais fina. É calçada portuguesa, mas em placas. É calçada portuguesa, mas mais barata. O Calx é um projecto que pretende produzir e comercializar calçada de forma "standardizada", pensado sobretudo para o mercado externo.

Tudo começou numa viagem de trabalho aos Estados Unidos da América: enquanto um cliente confessava a José Eduardo Alves que gostava de aplicar calçada portuguesa na sua própria casa, o português imaginava um novo produto.

O primeiro protótipo do Calx surgiu logo depois da viagem, feita há cerca de seis anos, mas o projecto só começaria a ganhar forma este ano. Finalista do curso de arquitectura, Nídia Alves, filha de José Eduardo, começou a perceber na ideia do pai uma potencial saída profissional.

“Com a arquitectura como está comecei a ver isto como uma boa alternativa”, contou ao P3 a jovem de 26 anos. Simultaneamente, Nídia Alves ia conhecendo vários projectos de empreendedorismo que apoiam novas ideias. Concorreu com o Calx - projecto que desenvolveu em parceria com o pai, o irmão Eduardo Alves, Romeu Amado e Francisco Santos – ao Prémio Nacional das indústrias Criativas e foi um dos dez projectos finalistas de 2012.

"Processo produtivo" diferente

Agora, cerca de 40 protótipos depois, estão a “afinar o produto final”, cuja inovação principal está no “processo produtivo”. A ideia é manter-se o mais fiel possível ao aspecto da calçada portuguesa, mas transformá-la num produto mais facilmente comercializável e aplicável.

Mas porquê optar por esta “calçada standardizada” e não pela calçada tal como a conhecemos hoje? “Se imaginarmos que é para exportar, uma das grandes vantagens é que o produto sai pronto a aplicar, não exige uma equipa de calceteiros nem deslocações de materiais e pessoas”, responde Lídia Alves.

O projecto, reforça Nídia Alves, pretende ainda ser um empurrão na revitalização deste sector económico "que se encontra em queda" em Moitalina, concelho de Porto de Mós, em Leiria, "levando um pouco da cultura portuguesa de um modo rápido e fácil a qualuqer lugar do mundo". 

Apesar do mercado interno ser viável, “sobretudo na área da reabilitação”, a exportação é a missão assumida do Calx - e mesmo antes de estar no mercado, os telefonemas de pessoas interessadas já começaram a aparecer.

A outra grande vantagem competitiva deste tipo de calçada é o custo: em média, cada metro quadrado desta placa custará 25 euros, o que significa “cerca de metade do que se gastaria com a calçada polida, a mais cara”. Os criadores esperam ver o Calx (significa calcário, a matéria-prima usada para construir este produto nacional) certificado e pronto para comercializar nos primeiros meses de 2013. 

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