Rip Curl Pro Portugal: o surf está ao rubro em Peniche

De 10 a 21 de Outubro, Peniche recebe o Rip Curl Pro Portugal. Joel Parkinson, Kelly Slater e Mick Fanning discutem o título

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De 10 a 21 de Outubro, os caminhos do surf vão dar a Peniche DR

O Circuito Mundial de Surf vai passar pela 11.ª vez por Portugal, com a terceira edição do Rip Curl Pro Portugal, com a luta pelo título ao rubro, entre Joel Parkinson, Kelly Slater e Mick Fanning. Entre quarta-feira e 21 de Outubro, o concelho de Peniche vai acolher, pela quarta vez consecutiva, um campeonato da elite mundial masculina da modalidade, com a oitava de 10 etapas do circuito de 2012.

Antes das competições na Califórnia e no Havai, o português Tiago Pires, cujo melhor resultado foi o quinto lugar obtido no Rio de Janeiro, e os “monstros” Fanning, Parkinson e Slater enfrentam pela última vez em 2012 as ondas europeias, que, sem serem decisivas, serão importantes para a “coroação” final. Com sete etapas disputadas, o “ranking” mundial é liderado pelo australiano Joel Parkinson, que na procura do seu primeiro título mundial depois de ter sido quatro vezes “vice” em 2002, 2004, 2009 e 2011 soma 46.200 pontos, apenas mais 750 do que o “mítico” Kelly Slater, 11 vezes campeão do Mundo e vencedor de três das sete etapas em 2012. O veterano norte-americano, de 40 anos, confirmou na sexta etapa em França, onde nunca tinha vencido e acabou por somar a 51.ª vitória em 20 anos de circuito, o seu favoritismo.

Atrás de Slater, que tal como em anos anteriores mantém o secretismo sobre o prolongamento da sua carreira para 2013, surgem na hierarquia mundial os experientes australianos Mick Fanning, campeão do Mundo em 2007 e 2009, e Taj Burrow, “vice” em 1999 e 2007, e o jovem havaiano John John Florence. Além deste quinteto de candidatos ao título de 2012, é obrigatório incluir entre os favoritos ao triunfo em Peniche o brasileiro Adriano de Souza, vencedor do Rip Curl Pro Portugal em 2011, o australiano Owen Wright e o sul-africano Jordy Smith. Mais pressionado para assegurar um lugar entre o “top22” vai surgir “Saca”, que entra em prova como 24.º do “ranking”, mas que pode, à quarta tentativa, capitalizar a familiaridade que tem com as ondas penicheiras para acumular pontos aos 10.700 que detém — uma vitória vale 10.000.

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O brasileiro Adriano de Souza foi o vencedor do Rip Curl Pro Portugal em 2011 DR

Mais de 120 mil pessoas


A organização espera cativar mais de 120 mil pessoas para o campeonato em Peniche. “Dadas as alterações e melhoramentos esperamos e queremos sempre mais. Assim, e sendo que no ano passado passaram por Peniche 120.000 pessoas queremos obviamente receber mais pessoas”, afirmou José Farinha, director da Rip Curl Portugal. Além do público que estará na praia, a organização pretende ainda aumentar a satisfação dos espectadores através de canais televisivos ou da transmissão no sítio oficial da marca na Internet, que no ano passado registou mais de seis milhões de visualizações.



Apesar de admitir que o “investimento tende sempre a aumentar face aos custos fixos e estruturais”, a organização manteve um orçamento a rondar os 1,6 milhões de euros e voltou a seguir o esforço na racionalização de recursos. Além de reconhecer que a organização da prova penicheira, desde 2009, incrementou a sua facturação, mas também o reconhecimento entre o público generalista e, sobretudo, entre as crianças, José Farinha assegura que serviu também para despertar algumas mentalidades.

“Sentimos que temos contribuído para que a entidades públicas e privadas, normalmente distantes da nossa realidade, tenham, desde 2009, seguido o caminho do desenvolvimento. Assim, o “mar” e as “ondas” estão hoje na ordem do dia como um dos “clusters” a desenvolver e explorar nas mais diversas variantes seja ao nível comercial ou promocional”, referiu José Farinha.

Associado ao campeonato de surf, este ano a organização vai promover um festival de música, a 12 e 13 de Outubro, com as actuações de Richie Campbell, Alpha Blondie, Orelha Negra e os DJ’s Pedro Cazanova e Diego Miranda. “Esta vai ser de todas as edições do Rip Curl Pro Portugal a mais completa e mais dinâmica de sempre”, rematou.

7,1 milhões de euros em Peniche

Os turistas que estão em Peniche durante o mundial de surf contribuem com mais de sete milhões de euros para a economia local, revela um estudo elaborado pela Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche (ESTTM). No "Estudo do Impacto do Rip Curl Pró 2010 em Peniche", a que a agência Lusa teve acesso, estima-se que as 120 mil pessoas que assistiram à prova tenham deixado em Peniche 7,1 milhões de euros.

O estudo foi baseado em inquéritos realizados ao público, durante os dias do evento, na edição de 2010, e em cálculos médios do valor diário gasto por cada um. Os investigadores da ESTTM concluíram que 73 por cento espectadores da prova são portugueses e 23 por cento estrangeiros. A maioria tem entre 18 e 24 anos ou entre os 25 e os 34 anos, possui qualificações ao nível do ensino secundário e do ensino superior e pratica desportos de ondas, sendo o surf a principal modalidade. Do lado dos portugueses, a maioria vem de concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (18,3% de Lisboa; 7,2% de Cascais e 6,5% de Sintra) e 24,7 por cento são residentes locais. Por distritos, Lisboa contribui com 47,3 por cento e Leiria 33 por cento do público.

Entre os turistas estrangeiros, 23 por cento são oriundos de Espanha, 17 por cento do Reino Unido, 13 por cento da Alemanha e nove por cento da França. Grande parte do público usou a residência habitual nos dias em que assistiu às provas e, entre os que necessitaram de alojamento, a maioria optou por alugar casa (23%), outros ficaram alojados em hotéis (20%), uns utilizaram a segunda residência (18%) ou a casa de amigos ou familiares (16%), outros optaram por parques de campismo (9%), autocaravanas (7%) ou "surf camps" (6%), género de alojamento para surfistas.

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