Crise: mais animais abandonados, Liga apela à adopção

Crise leva cada vez mais pessoas a abandonar, "num acto de desespero", os seus animais. Hoje, quinta-feira, assinala-se o Dia Mundial do Animal

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“Cada animal adoptado é espaço que é criado para recolher os que necessitam”, diz a Liga Kim Kyung Hoon/Reuters

As dificuldades económicas das famílias atingem cada vez mais os seus animais de estimação e fazem aumentar o número de cães e gatos abandonados ou deixados nas instituições que, sobrelotadas, apelam à adopção de um “amigo de quatro patas”. O Dia Mundial do Animal, que se assinala esta quinta-feira, é aproveitado para chamar a atenção para os efeitos da crise: “o número de pessoas a pedir para [alguém] ficar com o seu animal tem crescido imenso”, assim como o número de pessoas a abandonar, “num acto de desespero”, relatou a presidente da Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais.

As associações “já não comportam mais animais, estão sobrelotadas”, assim como os serviços das câmaras municipais dedicados a esta área, igualmente muito requisitados, acrescentou à agência Lusa Maria do Céu Sampaio. A Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais organiza no próximo fim-de-semana, como todos os anos, um encontro em Belém, em Lisboa, visando o convívio entre donos e amigos dos animais, mas também a adopção fomentada por mais de 20 associações.

“Cada animal adoptado é espaço que é criado para recolher os que necessitam”, disse a presidente da Liga. O Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (MAMAOT) divulgou a realização de uma iniciativa visando a prevenção de mordeduras de cães, igualmente em Lisboa. Maria do Céu Sampaio salientou que, “principalmente desde o meio do ano passado, tem aumentado o número de animais abandonados” e a Liga é todos os dias contactada por pessoas que têm de deixar os seus animais. Alguns “não têm condições para os ter, mas uma maioria muito significativa [transmite] desgosto de ter de separar-se do seu animal”, relatou.

Entre os casos em que os donos dos animais ficam sem alternativa estão aqueles que perderam a sua habitação e vão para casa de familiares que não podem receber o animal, ou outros que apresentam questões “da vida”, como divórcios. Estas situações de animais sem casa distribui-se por todo o país, embora seja mais acentuada, segundo a Liga, nas grandes cidades, como Coimbra, Porto ou Lisboa.

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