Portuguesas expõem ilustrações científicas em Nova Iorque

Lúcia Antunes e Mafalda Paiva levam à bienal internacional “Focus on Nature” ilustrações que retratam um morcego, uma planta carnívora e um insecto que se tornou uma praga

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Ilustração que representa “uma relação de simbiose” entre um morcego e uma planta carnívora Lúcia Antunes

A ilustração científica portuguesa volta a estar representada na bienal internacional “Focus on Nature”, através de trabalhos das jovens ilustradoras Lúcia Antunes e Mafalda Paiva, patentes até ao final do ano no Museu do Estado de Nova Iorque.

As duas jovens portuguesas fazem parte de um lote de 72 ilustradores, de 15 países, representados na exposição, escolhidos de 503 candidaturas de 219 artistas e acreditam que a participação na exposição pode trazer clientes internacionais para as suas ilustrações, utilizadas em publicações ou exposições.

“É um reconhecimento internacional, junto com os nossos trabalhos estão os de pessoas que são grandes nomes. Dá uma validação da qualidade do nosso trabalho”, disse à Lusa Lúcia Antunes, jovem de 26 anos, de passagem por Nova Iorque depois da inauguração da exposição em Albany, capital do estado norte-americano.

A exposição “Focus on Nature XII: Ilustrações da História Natural” tem características únicas pela variedade dos trabalhos submetidos e por ser aberta a todos os países do mundo e tipo de participantes, em vez de exclusiva aos membros de uma associação.

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Representação de um insecto que se tornou numa praga nas palmeiras de toda a Península Ibérica Mafalda Paiva

Morcegos, insectos e plantas carnívoras

A ilustração de Lúcia Antunes, formada em design de comunicação pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, representa “uma relação de simbiose” entre um morcego e uma planta carnívora, enquanto a de Mafalda Paiva retrata um insecto que se tornou numa praga nas palmeiras de toda a Península Ibérica. Uma ilustração do género, afirmam, leva perto de 50 horas a fazer, entre pesquisa cientifica e desenho.

Mafalda Paiva, 38 anos, está actualmente a fazer a história ilustrada da fábrica de cortiça Mundet, no Seixal e pretende especializar-se no desenho arqueológico industrial, que diz estar por explorar em Portugal. Para Lúcia Antunes, o principal projecto em mãos é um guia dos morcegos de Portugal, que está a fazer com um especialista, o professor universitário Jorge Palmeirim.

A exposição em Nova Iorque inclui trabalhos de artistas da Alemanha, Brasil, Canadá, Colômbia, Itália, Holanda, Espanha, Portugal, Estados Unidos, entre outros países. O objectivo, segundo os organizadores, é “mostrar o importante papel da ilustração na pesquisa e educação científica, estimular a curiosidade sobre o mundo e trazer para o foco imagens da natureza que as pessoas de outra forma poderiam não ser capazes de visualizar”.

Os trabalhos, ilustrações tradicionais e também digitais, foram escolhidos por um júri de cinco pessoas, com base nas propriedades educativas e qualidade artística.

“Qualquer que seja a técnica utilizada, o objectivo é a precisão e clareza na comunicação do resultado de investigações de história natural”, afirma Patrícia Kernan, directora da exposição, no catálogo de “Focus on Nature”.

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