Walk&Talk, o fim das paredes brancas e do povo mudo

Mark Jenkins e Florentijn Hofman são alguns dos nomes para a segunda edição, que arranca a 27 de Julho nos Açores. A primeira consumiu 470 litros de tinta e 1400 latas de spray

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Interesni Zazki

Na primeira edição do Walk&Talk Azores, no Verão de 2011, 470 litros de tinta trajaram paredes de edifícios. O spray de cerca de 1400 latas serviu de adereço para outras tantas vestes. O espaço público da capital açoriana, Ponta Delgada, descentralizou a cultura dos centros urbanos e trouxe até si a "street art".

As obras artísticas feitas em edifícios desta cidade são agora os “novos postais ícone da paisagem açoriana”, acredita Jesse James, da associação cultural Anda&Fala, organizadora do festival que terá a sua segunda edição neste Verão.

Na primeira edição Walk&Talk o intuito foi trazer às pessoas expressões artísticas das metrópoles que “eram praticamente desconhecidas do público” açoriano (falamos de grafitti, stencil e colagens como exemplo), com cerca de 30 artistas, como o francês Bazel e o holandês FAKE.

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Pantónio

Nesta seguna edição, programada para decorrer entre o dia 27 de Julho e 12 de Agosto, quer evoluir para um festival de arte urbana, onde será glorificada a própria cultura açoriana. Num verdadeiro “museu ao ar livre”, novos detalhes e pormenores serão adicionados à identidade dos Açores transformando São Miguel “num palco para manifestações artísticas que decorrem no espaço público”, explica o porta-voz do festival.

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Phlegm

Novidades: às actividades genéricas do conceito acrescentam-se outras, em mais locais da ilha, como na cidade de Ribeira Grande ou na vila de Rabo de Peixe, sendo certo para a organização que o objectivo é fazer chegar o “movimento para o fim das paredes brancas e do povo mudo” às nove ilhas do arquipélago.

Pregos, andaimes e um martelo pneumático

Festas com concertos, eventos abertos, tertúlias informais sobre arte pública serão ponto de encontro para os artistas e o público, que não parece restringir-se a uma faixa etária, tendo em conta a experiência anterior.

Fazer falar e viver a cultura foi, é e será o mote do Walk&Talk e nesta próxima edição será assinado por artistas como Alexandre Farto (aka Vhils), o norte-americano Mark Jenkins ou Florentijn Hofman, da Holanda.

Os apoios são dados por mecenas, colectivos e individuais, pela Direcção Regional da Juventude e pela Direcção Regional do Turismo. Pregos, fita-cola, andaimes e mesmo um martelo pneumático — que será usado para a obra de Alexandre Farto —, são materiais tão importantes como as protagonistas tintas e os vaidosos sprays, que testemunham as acções, e chegam às manifestações artísticas em forma de cooperação da população e dos colaboradores do Walk&Talk. “Anda e Fala pela Cultura”, dizem eles.

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